segunda-feira, 12 de julho de 2010

Centrais Sindicais Acusam Candidato.

Brasília Confidencial No 284

Os presidentes das cinco maiores centrais sindicais do país assinaram ontem um manifesto com o título de “Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores”, em que contestam as declarações, que o candidato do PSDB tem repetido na campanha eleitoral, de que foi responsável pela criação de vários benefícios para o trabalhador.
 
Reafirmando que as centrais estão unidas “contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto” liderado pelo Governo Lula, os presidentes da CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e Nova Central criticam o desempenho de José Serra no Congresso, na Constituinte e no governo de São Paulo.
 
“O candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o seguro-desemprego. Não fez nem uma coisa nem outra”, acusam os dirigentes sindicais acentuando que “tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores”.
 
No caso do seguro-desemprego, dizem as centrais, o benefício foi criado e regulamentado por decretos do então presidente José Sarney, em março e abril de 1986. Já o Fundo de Amparo ao Trabalhador resultou de projeto do então deputado peemedebista Jorge Uequed (RS), em 1988. O que Serra fez, afirmam os líderes sindicais, foi praticamente repetir a proposta de Uequed mais de um ano depois de sua apresentação, em projeto que o plenário da Câmara considerou prejudicado porque já aprovara o outro.
 
Em seu manifesto, os presidentes das centrais listam nove propostas que consideram benéficas para os trabalhadores e que Serra não apoiou durante a Assembleia Constituinte, em 1987 e 1988.
“a) Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo;
c) não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário;
d) não votou para garantir 30 dias de aviso prévio;
e) não votou pelo aviso prévio proporcional;
f) não votou pela estabilidade do dirigente sindical;
g) não votou pelo direito de greve;
h) não votou pela licença paternidade;
i) não votou pela nacionalização das reservas minerais.”
 
Os dirigentes sindicais também acusam José Serra de tentar, durante a revisão constitucional de 1994, aprovar um projeto destinado a dividir e enfraquecer os trabalhadores para favorecer o lucro das empresas. “É por essas e outras”, afirma o manifesto, “que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário; e arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo”.
 
O documento é assinado por Artur Henrique, presidente da CUT; Miguel Torres (Força Sindical). Antonio Neto (CGTB), Wagner Gomes (CTB) e José Calixto Ramos (Nova Central).
 
A assessoria da campanha de Serra reagiu ao manifesto acusando a candidatura da petista Dilma Rousseff de usar as centrais de forma “imoral, reprovável e injusta”.

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