domingo, 18 de julho de 2010

Chamou-nos de Mentirosos

São Paulo – O candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, afirmou a uma plateia de sindicalistas na tarde desta quarta-feira (14) que as centrais sindicais que o acusaram de atribuir a si a criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) são "profissionais da mentira".

"Nessa campanha se criou uma nova profissão, que são os profissionais da mentira." A afirmação foi feita durante a entrega da Agenda Democrática de Desenvolvimento Sustentável da UGT (União Geral dos Trabalhadores) aos candidatos à Presidência da República, na capital paulista. A central foi a única a não participar da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada em junho, também em São Paulo. Na oportunidade estiveram reunidas CUT, Força Sindical, NCST, CGTB e CTB.
Além de Serra, a candidata Marina Silva (PV) também esteve no evento. Já Dilma Rousseff, do PT, foi representada pelo deputado federal Aldo Rebelo (PC do B).

Trololó

Serra voltou a afirmar que um projeto de lei de sua autoria fazia referência ao FAT. Mas admitiu que quem criou o fundo foi a Constituinte.
Na linha do foi o 'Serra que fez', ele também afirmou que praticamente implantou o Plano de Saúde da Família (PSF), foi o responsável pela vinculação dos recursos do PIS/Pasep ao seguro-desemprego, o uso do FAT para qualificação profissional e que teria dado inicio ao Pronaf.

Chamando os anfitriões de companheiros, o tucano ofereceu aos sindicalistas um "Manual de Direitos do Trabalhador", que ele teria elaborado na década de 1980. "Se vocês quiserem podem usar e tirar a autoria, eu empresto", ironizou.

Acompanhado pelo candidato ao governo do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, de deputados tucanos, do PPS e do DEM, José Serra falou pouco da agenda apresentada
pela UGT e se concentrou em criticar ações do governo Lula e ressaltar programas de São Paulo.

Entre as críticas, o tucano disse que acha "graça" da política industrial do governo Lula. Também voltou a comentar o excessivo gasto com transporte no país para levar soja ao porto de Paranaguá. "Gasta-se tanto em transporte aqui dentro quanto para mandar produtos para a China", enfatizou. Na plateia, o comentário causou alguns protestos e lembranças sobre os pedágios de São Paulo. "E o pedágio,  Serra?", citavam alguns ouvintes.

Concessões

Evitando falar em privatizações, o presidenciável ressaltou a importância de fazer a concessão dos aeroportos. "Bastava ter feito a concessão", afirmou.

Para Serra, a educação de São Paulo deve inspirar programas nacionais e citou a criação de bolsas para ensino técnico em escolas particulares, o Protec.

Serra também se disse agitador na adolescência, espontâneo, elogiou a UGT e encerrou afirmando que entidade sindical tem de ser independente, fazer greve quando for o caso e tem que lutar, porque político só se mexe com pressão. E ainda emendou uma crítica ao PSOL: "Os deputados do PSOL são 'ardidíssimos'".

CUT responde a José Serra

Candidato demonstra mais uma vez desequilíbrio. Que ele saiba pelo menos administrar o seguro-desemprego dele

As declarações de José Serra a respeito da CUT demonstram, mais uma vez, o desequilíbrio do candidato e não combinam com o cargo que, em sua vã pretensão, causa-lhe devaneios.

Acusações tolas, deselegantes, pronunciadas na sede de uma outra central.

A CUT vai continuar independente, de luta, de massa – algo que o PSDB jamais foi e jamais será – e tem orgulho de reafirmar seu compromisso com as mudanças, das quais somos uma das protagonistas.

Esperamos que o candidato, no futuro próximo, saiba administrar de maneira eficiente pelo menos o seu seguro-desemprego, que ele diz falsamente ser sua criação.

Artur Henrique, presidente nacional da CUT 


Fonte - Rede Brasil Atual.


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