segunda-feira, 26 de julho de 2010

Violência Explode na Região de Campinas.

Brasília Confidencial No 296

Assassinatos, assaltos, roubos, invasão de unidades de saúde e outros crimes vêm caracterizando, nos últimos meses, uma onda de violência que expõe a precariedade da segurança pública e alarma a população da Região Metropolitana de Campinas, no estado de São Paulo.

Os crimes que mais chocaram os moradores foram os assassinatos do metalúrgico Otaviano José de Lima, de 26 anos, dentro de um microônibus, e do estudante Felipe Selhi Cunha, de 17 anos, num cruzamento do centro de Campinas. Otaviano foi vítima de mais um entre os quase 2.200 assaltos a ônibus praticados em Campinas nos últimos cinco anos – média de, pelo menos, um por dia. Felipe foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte).

Logo depois do crime, a mãe do estudante, Rosa Paula Selhi, iniciou uma cruzada por melhorias na segurança da população. Disposta a uma parceria com a Polícia Militar, mandou elaborar e imprimir 200 cartilhas de orientação ao público e entregou à corporação para que distribuísse na área central da cidade. “Apesar de eu andar a pé pelo centro, não vejo essas cartilhas serem distribuídas. Pergunto e as pessoas não têm”, reclama e lamenta.

Fora da área central, funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) se queixam de que precisam pedir autorização a chefes do tráfico de drogas para entrar nas favelas. Ameaças de traficantes
também são enfrentadas por funcionários e pacientes de centros de saúde e de prontos-socorros da periferia de Campinas. No início desta semana, um centro de saúde foi invadido por traficantes e pichado com ameaças. O Sindicato dos Servidores Municipais de Campinas prepara-se para encaminhar ao Ministério Público uma lista de 28 unidades de saúde vulneráveis  à violência.

Na tentativa de amenizar a repercussão política da explosão de violência, a PM reforçou o policiamento em
áreas de concentração de público, adotou monitoramento em postos de ônibus e passou a abordar suspeitos
e realizar blitz em áreas consideradas estratégicas. Mas o descalabro da área de segurança pública no
estado se reflete na Região Metropolitana de Campinas inclusive dentro dos distritos policiais. Na última semana, a Defensoria Pública de Campinas pediu à Justiça que mande fechar o 5º Distrito Policial, onde oito
mulheres dividiam um cubículo de 6m², sem acesso a chuveiros e com apenas uma latrina.

Para a presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Adpesp), Marilda Pansonato, a onda de violência no interior é reflexo da falta de investimentos do governo paulista em segurança pública. “Hoje, bandidos fazem reféns em cidades onde isso não acontecia, como Bauru e Piratininga. Como o governo investe em construir mais presídios, mas não em contratar ou melhorar os salários dos policiais, a situação só piora”.

Do blogueiro: MERCADANTE NELES!!!

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