A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC entrega hoje às montadoras um aviso de greve geral. A decisão foi tomada sábado, durante assembleia em que aproximadamente 10.000 trabalhadores recusaram, por unanimidade, o reajuste salarial de 7% proposto pelas empresas. Os metalúrgicos esperavam aumento de, pelo menos, 9%.
A partir da entrega do aviso, os 40.000 trabalhadores da região vão esperar 48 horas, prazo exigido por lei, para iniciar a greve. Até lá, farão pequenas paralisações de protesto durante os turnos nas fábricas.
As reivindicações da campanha salarial deste ano foram entregue às montadoras no início de agosto. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Sérgio Nobre, as negociações não avançaram porque as empresas alegam que o índice de aumento real pedido é muito alto - praticamente o dobro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor que encerrou o período em 4,2%.
Para Nobre, o pagamento do reajuste reivindicado pela categoria é viável, porque as montadoras vivem um momento "extraordinário". De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a agosto as fábricas produziram 2,41 milhões de veículos, 17,5% a mais do que nos primeiros oito meses de 2009. A Anfavea projeta para este ano a produção de 3,39 milhões de veículos - 6,5% a mais do que no ano passado.
Além dos trabalhadores do ABC, os metalúrgicos de Taubaté também aprovaram, no sábado, estado de greve e a intensificação das mobilizações e protestos nas fábricas.
A mesma orientação foi aprovada para os metalúrgicos de São Carlos e Tatuí, que estão negociando com a federação estadual da categoria e a bancada patronal do Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea).
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