sábado, 25 de setembro de 2010

Aliado de Tucanos Burla a Lei de Ficha Limpa

Brasília Confidencial No 345

Alvo de 114 processos judiciais, apontado como criador do propinoduto que deu origem ao Mensalão do DEM e ameaçado pela lei que exige ficha limpa dos candidatos às eleições deste ano, o ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, resolveu ontem tentar burlar a lei.
 
Ele renunciou à candidatura a governador e tornou candidata sua mulher, Welian, avisando em entrevista coletiva que, se ela ganhar a eleição, é ele quem vai governar.
 
Dono do único palanque disponível no Distrito Federal a José Serra, candidato do PSDB à Presidência, Roriz improvisou a nova manobra por causa do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, de um recurso dele contra a Lei da Ficha Limpa. Embora o tema dividisse ao meio o plenário do STF, que preferiu adiar a conclusão do julgamento, as manifestações dos ministros apontaram para Roriz o risco grande de que, se  vencesse a eleição, seria impedido de assumir o cargo. O candidato, que em 2007 renunciou ao Senado para evitar que cassassem seu mandato, decidiu então renunciar à candidatura para escapar a outra provável punição.
 
"Não posso mais ser candidato. Mas a eleição correrá em meu nome e o povo de Brasília me honrará,  elegendo governadora minha amada esposa, companheira de meio século, Dona Weslian Roriz", diz  manifesto publicado em nome de Roriz no site de campanha.
 
Roriz, que teve o registro da candidatura negado pelo Tribunal Regional e pelo Tribunal Superior Eleitoral, atacou adversários e “alguns” juízes. "Minha ficha é limpa e minha consciência mais limpa do que a  consciência dos que me acusam sem provas; e até mesmo do que a de alguns juízes que me julgaram apenas com base em sofismas, muito mais apegados às luzes dos holofotes do que ao espírito das leis. Rasgaram a  Constituição. Não sofri condenação".
 
Até o fim da tarde passada, as emissoras de rádio e TV do Distrito Federal ainda veiculavam peças de propaganda antigas, em que Roriz garantia que disputará novamente o governo. Era uma tentativa dele de  conter a perda de eleitores diante da ampla divulgação, por seus adversários, de que a candidatura fora  impugnada pela Justiça. Há algumas semanas Roriz, que entrou na disputa como franco favorito, perdeu a  liderança das pesquisas para o candidato do PT, Agnelo Queiroz. 


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