Palco de quase 15.000 focos de queimadas apenas no mês de agosto, o Cerrado vai ganhar a proteção de um plano destinado, simultaneamente, a reduzir os incêndios e o desmatamento e viabilizar alternativas para o uso sustentável dos recursos naturais. O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado foi lançado ontem pelo Governo Lula e prevê a adoção de medidas ambientais até 2011, com objetivo de alcançar resultados até 2020.
“Vamos apertar a fiscalização no sentido econômico e estratégico. Por outro lado, vamos implementar as medidas de prevenção de queimas. Somado a isso, vamos contratar mais 4,5 mil brigadistas dedicados ao Cerrado no próximos cinco anos. Os próximos dois anos serão essenciais para que a gente invista. E temos R$ 350 milhões de vários ministérios”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
O plano inclui mais fiscalização nas rodovias, aumento da área de floresta plantada para abastecer de carvão vegetal a indústria siderúrgica, e a contratação de 4.500 brigadistas para prevenir e combater queimadas.
Está prevista também a ampliação, em 2,5 milhões de hectares, das áreas de Unidades de Conservação federais e a abertura de linhas de crédito rural para recuperar 8 milhões de hectares de pastagens degradadas e de reserva legal.
As áreas definidas pelo plano como prioritárias para as ações anunciadas ontem são as que estão sob intensa pressão do desmatamento, aquelas consideradas de alta prioridade para a biodiversidade, as de alta relevância para a conservação dos recursos hídricos e as áreas dos municípios com maior índice de desmatamento no período de 2002 a 2008.
Izabella Teixeira ressaltou que um dos focos de atuação previstos no plano é a capacitação de pequenos agricultores e de populações tradicionais que vivem em áreas de preservação.
“Esse plano coloca a agricultura familiar e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) aliados com o programa de investimentos para prevenção de queimadas e incêndios florestais. Vamos direcionar investimentos para o Incra, não só para assistência técnica dos assentados e das populações tradicionais que vivem em reservas florestais, mas também vamos investir em capacitação e formação. Parte dos brigadistas será formada nos assentamentos rurais”.
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