Do Nassif:
Alguns elementos para tentar entender essa nova denúncia da Folha:
- Segundo informações da própria Folha, o acusador Rubnei Quícoli já foi condenado duas vezes em São Paulo (por interceptação de carga roubada e por posse de moeda falsificada). E em 2007 passou dez meses preso. O fato de antecipar as denúncias sobre sua fonte não absolve o jornal. Pelo contrário, é agravante. Quando uma pessoa com tal currículo faz uma denúncia, é praxe de qualquer jornalismo sério ouvir as denúncias e exigir a apresentação de provas.
- A única prova que o tal consultor apresenta é um email marcando audiência na Casa Civil e que tem o nome de Vinicius Oliveira no C/C . Todo o restante são acusações declaratórias. Nenhum juiz do mundo tomaria como verdade acusações desacompanhadas de provas, de um sujeito que acaba de sair da cadeia.
- O jornal não explica como um sujeito com duas condenações criminais, que passou dez meses na prisão dois anos atrás, pilota um projeto de R$ 9 bilhões. É apostar demais na ignorância dos leitores.
- O BNDES é um banco técnico, constituído exclusivamente por funcionários de carreira trabalhando de forma colegiada. É impossível a qualquer pessoa – até seu presidente – influenciar a análise do comitê de crédito. Essa informação pode ser facilmente confirmada com qualquer ex-presidente do banco, de qualquer governo. É só conversar com o Luiz Carlos Mendonça de Barros, Pérsio Arida, Antonio Barros de Castro, Márcio Fortes – que foram presidentes durante o governo FHC. A ilação principal da reportagem – a de que o projeto de financiamento foi recusado pelo BNDES depois da empresa ter recusado a assessoria da Capital – não se sustenta. Coloca sob suspeita uma instituição de reconhecimento público fiando-se na palavra de um sujeito que já sofreu três condenações na Justiça e três anos atrás passou dez meses preso.
- Existem empresas de consultoria que preparam projetos para o BNDES e cobram entre 5 a 7% sobre o valor financiado. É praxe no mercado. Confundir essa taxa com propina é má fé. Segundo o empresário que denunciou, Israel apresentou uma proposta de acompanhamento jurídico de processos da empresa, que acabou não sendo assinado. Tudo em cima de declarações.
- Ninguém vai negociar propostas ocultas em reuniões formais na Casa Civil, à luz do dia. Só faltava.
PERFIL Consultor teve 2 condenações na Justiça de SP
DE BRASÍLIA
O consultor Rubnei Quícoli, representante da empresa que tentava obter o financiamento no BNDES por meio da empresa de lobby Capital, foi condenado em processos movidos pela Justiça de São Paulo sob duas acusações: receptação e coação.
Quícoli recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo e, em março deste ano, foi absolvido do delito de coação. A Justiça substituiu a pena de um ano de reclusão por receptação por prestação de serviços comunitários.
Quícoli foi denunciado, em maio de 2003, por ocultar "em proveito próprio e alheio" uma carga de 10 toneladas de condimentos, que "sabia ser produto de crime de roubo". Em 2000, após denúncia anônima, o consultor foi acusado de receptação de moeda falsa num posto de gasolina em Campinas.
A polícia apreendeu no posto sete notas de R$ 50,00. Quícoli afirmou não saber a procedência. Em 2007, Quícoli foi preso e passou cerca de dez meses na prisão. Os donos da EDRB, Aldo Wagner e Carlos Marcelo Mello Escarlassara, não têm passagens pela polícia nem condenações.
Enviado por luisnassif, qui, 16/09/2010 - 16:20
Rapidamente estão sendo montadas as peças desse quebra-cabeça da armação do tal "empresário" condenado com a Folha de São Paulo.
Agora mesmo o BNDES soltou um comunicado sobre o pedido de financiamento de R$ 2,25 bilhões.
Para pedidos dessa ordem, em geral os pretendentes a financiamento procuram dirigentes do banco e fazem uma exposição do projeto, assim como de sua empresa e do que pretende fazer.
No entanto, esse pedido de R$ 2,25 bilhões foi simplesmente deixado no protocolo do banco, na portaria da sede. Não houve o comparecimento de diretores da tal empresa. E não havia a menor possibilidade do projeto ser aprovado. O porte da empresa era incompatível com o financiamento pretendido. Sequer se tinha o local onde deveria ser instalado o tal empreendimento.
Comunicado do BNDES
Em função de reportagem publicada na edição desta quinta-feira, 16 de setembro, do jornal Folha de S. Paulo, o BNDES vem a público declarar que:
Repudiamos a insinuação de que o Banco poderia estar envolvido em um suposto esquema de favorecimento para a obtenção de empréstimos junto à instituição e consideramos que a tese demonstra um total desconhecimento quanto ao funcionamento do BNDES. O projeto em questão foi rejeitado pelo Comitê de Enquadramento e Crédito do BNDES, órgão interno do Banco, formado por seus superintendentes. A aprovação por esse colegiado é condição básica e necessária para que qualquer pedido de apoio financeiro seja encaminhado para análise.
Na reunião semanal do Comitê ocorrida em 29 de março deste ano — e na qual o projeto em questão foi apenas um dos itens discutidos —, o pedido foi negado. A decisão foi tomada pelos 14 superintendentes presentes à reunião, todos funcionários de carreira da instituição.
O projeto da EDRB foi encaminhado ao BNDES por meio de carta-consulta, solicitando R$ 2,25 bilhões (e não R$ 9 bilhões como afirma a reportagem) para a construção de um parque de energia solar. O BNDES considerou que o montante solicitado era incompatível com o porte da referida empresa. Além disso, a companhia não apresentou garantias e não havia local definido para a instalação do empreendimento (essencial para o licenciamento ambiental), não atendendo, portanto, a pré-requisitos básicos para a concessão do crédito.
Qualquer aprovação de financiamento pelo BNDES passa por um processo de análise que envolve mais de 30 técnicos de carreira da instituição, além da consulta à Diretoria do Banco. Esse rigor técnico tem como consequência um índice de inadimplência de 0,2%, muito inferior à média do sistema financeiro brasileiro, público e privado.
Enviado por luisnassif, qui, 16/09/2010 - 16:53
Nassif, há outra coisa que não bate nessa história mal contada. Refere-se ao e-mail da Synergy que "provaria" o pedido de propina.
No tal e-mail que tem como cabeçalho "Dados Solicitados" o remetente diz textualmente "Nesse contexto, peço a gentileza que, tão logo possível, encaminhe minuta do contrato para levarmos ao jurídico e providenciarmos o preenchimento da respectiva nota fiscal. Solicito ainda, a gentileza de aguardar o envio da nota fiscal para realização do depósito em conta corrente".
Ora, eu entendo desse texto é que a consultoria Synergy está enviando os seus dados fiscais e bancários que foram solicitados para que a empresa do Rubinei elabore uma minuta de contrato e remeta essa minuta para avaliação do depto. jurídico da consultoria.
Aprovado o contrato, quem vai emitir uma nota fiscal é a Synergy, contra a empresa do Rubnei.
Mas o texto da Folha diz o contrário:
"No dia 6 de maio, um email foi enviado a Quícoli, segundo ele, por Vinícius, sobre esse contrato extra. A mensagem trazia orientação para que fossem emitidas notas fiscais em nome da Synergy, outra consultoria de Brasília, cujo dono é Adriano da Silva Costa -o mesmo que consta da minuta de contrato como procurador da Capital. A EDRB diz que, de novo, se negou a fazer o pagamento."
Alguém pode me explicar porque cargas d'agua uma empresa precisa EMITIR uma nota-fiscal para FAZER UM PAGAMENTO.
Supondo que seja mesmo o contrário: a tal consultoria Synergy iria emitir uma nota-fiscal de R$ 5 milhões referente ao pagamento de propina para a "dama de ferro" quitar suas dívidas? E receber a propina por meio de depósito numa conta do Banco do Brasil?
Ou essa turma toda é um bando de loucos e vigaristas, ou a história inteira é um grande 171.
É.....O DESESPERO CRIA SITUAÇÕES INIMAGINÁVEIS. E AINDA FALTAM 17 DIAS PARA AS ELEIÇÕES. O QUE VEM AMANHÃ??????
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