domingo, 29 de janeiro de 2012

27 de janeiro passou....

Aos poucos amigos que seguem este blog, já não mais exerço a atividade de secretário da educação, definida e assumida desde 2005, em minha querida cidade. Numa ação política ocorrida na sexta-feira, nosso prefeito resolveu assumir um dos lados da disputa, abdicando de sua figura de liderança e excluindo aqueles que não fazem parte de sua escolha. 

Todos sabemos que os sinais que se apresentavam, indicavam esse caminho. Entretanto como eternos otimistas que somos, sempre acreditamos que o bem estar da população e um projeto político de unidade pudesse "acordar" aquele que foi escolhido por todos nós como nosso representante maior. Mas assim não foi e certamente muitas análises ainda teremos sobre os motivos disso. 

Uma das coisas que ninguém, e friso muito essa palavra - ninguém - tirará da história é a aliança construída ainda em 2003 e que venceu as eleições de 2004. Ninguém tirará da história as inúmeras tratativas que existiram para se chegar a tal aliança. Ninguém tirará da história nosso primeiro planejamento de campanha, ocorrido na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde o compromisso selado foi para a busca constante de consenso numa caminhada de continuidades. Pode-se até dizer: na política tudo é efêmero - também sei disso e lamento que seja assim. Pode-se até dizer que a aliança construída (como li nestes dias) era uma aliança fadada a terminar mais dia, menos dia, como aconteceu. O que ninguém tirará da história serão os compromissos assumidos, "olho no olho", como homens dignos fazem. Isso só quem participou e vivenciou essa construção é que poderá testemunhar, se ainda for coerente com a história. 

Por muitos e muitos anos de minha vida estudei e tentei viver aspectos ligados a questão da liderança. Desde 2005, quando assumimos o papel de administrar a cidade, a prática foi muito fértil em mostrar as inúmeras facetas da liderança. As positivas, as negativas, as sorrateiras, as neutras, enfim, muitas. Quando vencemos a segunda eleição, uma amiga que participara de administrações de Diadema me dizia: "cuidado que a segunda é muito mais difícil que a primeira". Você não imagina, minha cara amiga, como essa sua frase esteve presente nos últimos anos. 

Quando do seu pronunciamento na sexta-feira, o prefeito deixou muito claro que sua opção era por um projeto político para a cidade. A maior certeza que temos hoje, apesar de ainda muitas análises precisarem ser feitas, é que efetivamente temos nas duas candidaturas oriundas da administração, dois projetos: um estrutural e físico e outro social e de organização. Impressionante como isso se manteve nas duas lideranças: um prefeito preocupado com os aspectos estruturais e um vice-prefeito preocupado com as questões sociais e organizativas da cidade. Solidificada agora as duas vias (que sempre tivemos como complementares, tanto que tudo o que foi feito não só apoiamos, como fizemos juntos, nos dois campos), o que se pode apontar para o futuro próximo é uma disputa clara de projetos.

De minha parte, não tenho dúvida do que a cidade precisa: uma estrutura que esteja a serviço das pessoas, que garanta uma profunda qualidade no atendimento público em todas as esferas, que garanta a vivência coletiva de nossos moradores de forma harmoniosa e organizada, que garanta todas as manifestações culturais que existem na cidade, que garanta uma preocupação redobrada para os excluídos de qualquer serviço e/ou sistema, que garanta uma educação baseada na cidadania e no trabalho, que garanta, enfim, uma sociedade justa e fraterna para todos nós. 

Hoje, depois de sete anos atuando na educação, não tenho dúvidas de que isso é possível. Para isso ser possível o que precisamos é agir coletivamente e fazer nossas opções. Olhando para os sete anos da administração e vivendo agora a separação dos projetos, não tenho nenhuma dúvida de quem é capaz de fazer isso. Não tenho nenhuma dúvida de quem submeterá os interesses políticos a esses objetivos maiores. Não tenho dúvida de quem tem a história voltada para essa plataforma. Não tenho dúvida de quem tem a sensibilidade para ouvir e construir junto com a sociedade. Não tenho dúvida de quem sabe ser a administração pública um dos agentes construtores dessa plataforma - muito forte, mas dependente da ação e participação de todos da cidade. 

E é essa certeza que nos animará nesse novo momento. Sem medos, sem subterfúgios, sem se esconder atrás de cenas pré-estabelecidas, sem tolher a participação de ninguém. Agindo coletivamente e de forma transparente, como sempre, tendo objetivos claros, podemos sim recuperar a construção iniciada em 2005, abruptamente interrompida no último dia 27 de janeiro. Com novos atores, infelizmente (ou felizmente??),   mas com a população. 




Um comentário:

  1. Companheiro a verdade está aí... Ao menos alguém lembrará do acordado em 2004

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