sábado, 7 de janeiro de 2012

Números contradizem o PIG

Três artigos/reportagens que mostram o encerramento de alguns índices econômicos e de expectativa da população brasileira, onde o que se vê está muito longe do que apregoa o PIG - Partido da Imprensa Golpista, segundo Paulo Henrique Amorim. Vamos a eles.

A CATÁSTROFE DEU XABU - do Tijolaço

Da pesquisa sobre a expectativa das famílias brasileiras, divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada:

“As famílias brasileiras chegaram ao fim de 2011 mais otimistas sobre a situação socioeconômica do país. O Índice de Expectativas das Famílias de dezembro, calculado pelo Ipea, subiu para 67,2 pontos em dezembro de 2011. No mesmo mês de 2010, ele havia fechado em 64,6 pontos. Já em novembro de 2011, o IEF havia ficado em 63,7 pontos. O índice de dezembro igualou a maior expectativa apurada na série – em janeiro de 2011, também 67,2.”

Reparem: é maior que em 2010 e igualou o maior índice da história, na pesquisa que pode ser vista aqui, na íntegra.

Isso com um ano inteiro de más notícias, fossem elas verdadeiras, meias-verdades ou simplesmente falsas. Crise mundial, inflação em alta, dólar subindo, assassinato serial de ministros e Miriam Leitão todo dia.

Aliás, quando maior a informação, maior o otimismo: entre os que têm curso superior incompleto (73%) e completo (69%).

E mesmo entre os menos informados, de renda mais baixa, embora o otimismo seja um pouco menor (52%) – dificil ser otimista na pobreza – 79% acham que a situação da família estará melhor. No total, 78,6% dos brasileiros acham que a situação financeira da família vai estar melhor daqui a um ano.

Também é positiva  a avaliação dos brasileiros sobre o que  aconteceu com esta situação no ano que passou: 78,2% dizem que está melhor.

Já se disse, mas não custa repetir: otimismo é o melhor combustível para a expansão da economia.

Como se vê, o catastrofismo deu xabu.

TERRORISMO DA "META DE INFLAÇÃO" FALHOU - também do Tijolaço

Como se disse aqui ontem, a catástrofe deu xabu.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado – a inflação oficial, IPCA – cravou 0,5% em dezembro, levando o acumulado no ano de 2011 para 6,5%.

Bem no limite do teto que, durante seis meses, a mídia “especializada” disse que ia estourar.

Aliás, eles sabiam que ia ficar dentro da meta, mas torciam por 0,01 ou 0,02% a mais, para “terem razão”.

Ridículo, como análise econômica: 6,5% ou 6,52%, do ponto de vista da economia é o mesmo.

Mas não era do ponto de vista da propaganda, que é o que muitas vezes fazem, em lugar de jornalismo.

Mas até isso deu xabu.

Qualquer um sabia, bastava olhar os índices, que a inflação estava em queda em relação ao último trimestre de 2010 e em relação ao primeiro semestre do ano.

Mas invocou-se a inflação explosiva lilhões de vezes para combater a ideia de que os juros deveriam baixar.

Eles sabem que não é o tomate e o acém no lugar dos juros do Federal Reserve ou da Libor inglesa que se determina a rentabilidade do capital financeiro.

Mas sabem que o terror midiático gera indecisão, paralisia e tibieza nos governantes.

É assim que funciona o terrorismo, não é?

E do Conversa Afiada a análise de Octávio de Barros, diretor de Pesquisas Econômicas do Brasdesco
Saiu na newsleter do Bradesco análise de Octavio de Barros, diretor de Pesquisas Econômicas do banco:

- Mais importante do que não ter violado o teto da meta de inflação de 6,5%, é o fato de o Bacen não se ver obrigado a redigir uma carta justificando as razões disso. Caso viesse a ser necessária a redação da referida carta-justificativa, isso implicaria, quase obrigatoriamente, mais uma peça de comunicação que contemplaria uma mensagem intrinsicamente mais dura em termos de política monetária. Assim, com a inflação respeitando o teto da meta, o Banco Central ganha graus de liberdade para seguir sua política responsável de afrouxamento monetário.


- O mercado hoje reconhece que política monetária do Bacen vem conseguindo virar o jogo das expectativas. Há um consenso de que, a despeito de uma inflação cheia de 2011 de 6,5%, essa foi uma história de sucesso, considerando o complexo ambiente global e doméstico de 2011. O desafio agora é o de garantir a convergência gradual para o centro da meta e, para isso, o Banco Central, muito provavelmente, contará com uma inflação no primeiro trimestre de 2012 cerca de 25 bps abaixo daquilo que foi projetado no último RTI- Relatório Trimestral de Inflação. Portanto, ao longo do primeiro trimestre de 2012, os dados de inflação favorecerão a convergência gradual para o centro da meta e a continuidade do afrouxamento monetário. Em junho de 2012, consideramos que o IPCA atingirá o seu nível mais baixo no acumulado 12 meses. É bem verdade que há fatores que ainda trazem dúvidas sobre a inflação no segundo semestre do ano, considerando que a economia já estará crescendo a taxas mais elevadas. No entanto, consideramos que a inflação cheia de 2012 possa ficar bem menos distante do centro da meta do que ocorreu no ano que passou, mesmo com a Selic em um dígito.


- Parece cada vez mais evidente que o maior desafio do Banco Central seguirá sendo o de lidar com a inflação no setor de serviços (9% em 2011) que tem uma forte resistência à baixa. Isso ocorre pelo fato de o processo de inclusão social estar longe de terminar. Esse processo de convergência da inflação de serviços é desafiador porque é necessariamente lento e complexo tendo em vista a notável mudança de preços relativos que vem ocorrendo nos últimos anos. Esperamos no setor de serviços  ainda um elevado crescimento dos preços da ordem de 8% em 2012. Em contraste, a inflação de bens (excluindo alimentos) fechou 2011 abaixo de 3% e o setor de bens duráveis registrou uma deflação de 1,55%, na sequência de uma deflação média de 0,55% de 2005 a 2010. Não vemos motivos para alteração substantiva desse cenário.

- Em resumo, diante das dificuldades, consideramos que o Bacen vem conseguindo vitórias progressivas e sendo cada vez mais respeitado graças à sua fórmula vencedora que reúne determinação e pragmatismo.
Em tempo: chora, Urubóloga, chora ! – PHA

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