Se a nota da FUNAI informada abaixo é real, é necessário descobrir o início desse boato, já que a repercussão foi muito grande.
Da Folha.com
JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A Funai (Fundação Nacional do Índio) afirma que a denúncia de que uma
criança indígena da etnia awá-guajá foi queimada por madeireiros no
Maranhão é infundada, e que as histórias sobre o suposto crime não
passam de boatos. A fundação também chamou a divulgação do caso de "ato
inescrupuloso" e "irresponsável".
A conclusão foi divulgada num relatório elaborado pela fundação, que
deslocou no último fim de semana uma equipe de três servidores para a
terra indígena Arariboia, no município de Arame (350 km de São Luís),
local onde teria ocorrido o crime.
Segundo a Funai, a equipe conversou com o índio guajajara Luís Carlos
Tenetehara, da aldeia Patizal, citado em textos divulgados na internet
como o autor da descoberta do suposto corpo da criança indígena
carbonizada.
De acordo com a fundação, o índio disse que a história não é verdadeira e
que os índios awá-guajá, que vivem isolados, não deixaram de ser vistos
pelos guajajaras, com quem dividem a mesma terra, após o suposto ataque
por madeireiros.
A fundação também afirma que seus servidores, enquanto circulavam pela
terra indígena, flagraram um caminhão conduzido por um não índio.
Segundo os servidores, o motorista, que levava um indígena guajajara de
carona, contou que tinha autorização dele para retirar madeira da terra
indígena. Uma motosserra foi apreendida.
DENÚNCIA
A denúncia de que uma criança da etnia awá-guajá foi queimada por
madeireiros começou a aparecer em blogs de notícias do Maranhão na
semana passada. Poucas horas depois já começava a ganhar espaço em redes
sociais.
Alguns dos textos afirmavam que o crime tinha ocorrido uma semana antes.
Outros, de que havia acontecido em setembro ou outubro de 2011. E todos
afirmavam que madeireiros atearam fogo na criança após atacarem os
awá-guajá. Depois disso, os índios não teriam sido mais vistos.
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) disse que índios afirmaram que o suposto crime foi denunciado há meses para a Funai.
A fundação nega, e diz que informações sobre o caso só chegaram ao seu
conhecimento na semana passada, e que ineditamente começou a investigar a
denúncia.
"É lastimável que a sociedade brasileira tenha sido ludibriada de
maneira tão vil e levada a crer num fato inexistente que não pode ser
sequer classificado como 'brincadeira de mau gosto'. O 'incêndio'
causado pela má-notícia na internet foi o verdadeiro atentado à
inteligência das pessoas de bem", disse a Funai, em nota.
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