Do Correio do Brasil
A Fundação Nacional do Índio (Funai) enviou uma equipe para apurar o
caso de uma criança indígena queimada por madeireiros em outubro no
Maranhão. De acordo com o órgão, uma equipe estava se locomovendo, nesta
sexta, de Imperatriz até a Terra Indígena de Arariboia, onde o crime
ocorreu. De acordo com a Funai, informações mais precisas deverão ser
divulgadas na próxima segunda-feira.
O caso teve destaque nesta semana com a ajuda de redes sociais, mas o
crime ocorreu em outubro, segundo o Conselho Indigenista Missionário
(Cimi). A criança é da etnia Awá-Guajá, que vive isolada do contato com
os brancos e divide o território com outros povos. O assassinato foi
denunciado pelo povo Tenetehara, que também vive em Arariboia.
Os Tenetahara informam que costumavam ver os Awá-Guajá em caçadas na
mata, mas que deixaram de encontrá-los depois que viram um acampamento
com sinais de incêndio e com os restos mortais da criança. “Depois disso
não foi mais visto o grupo isolado. Nesse período os madeireiros
estavam lá. Eram muitos. Agora desapareceram. Não foram mais lá. Até
para nós é perigoso andar, imagine para os isolados”, diz Luís Carlos
Tenetehara.
O grupo acredita que os Awá tenham se dispersado para outros pontos
de Arariboia temendo novos ataques. Segundo eles, a ação de madeireiros
na região têm feito com que os Awá migrem do centro do território para
as periferias, ficando sujeitos ao contato com a sociedade. As migrações
também são motivadas pela extração madeireira, já que os Awá são
essencialmente coletores.
A Funai informou que recebeu, em novembro, uma denúncia anônima sobre
assassinatos de índios na região, porém sem especificar que havia uma
criança entre as vítimas. O órgão também disse que protocolou denúncia
junto à Polícia Federal e solicitou que uma investigação fosse feita.
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