Esta semana muitas questões em
pauta em nossa terrinha. A começar pela greve dos servidores municipais que já
chega em 40 dias. Nova audiência de conciliação aconteceu em Campinas, no TRT,
sem nenhuma mudança no quadro. Conversando com o vereador Willhes que lá esteve, a observação é de que o juiz que presidiu a audiência fez de tudo, por duas horas
seguidas, para conquistar alguma proposta do executivo, que, comandado pela
secretária dos negócios jurídicos e assistida pelo prefeito, não mudaram um
milímetro suas decisões, obrigando o juiz encaminhar o processo a julgamento.
Por sua vez os servidores, comandados pela coordenadora da APEOESP e pelo seu
sindicato, parece que também não arredam pé da continuidade do movimento. Vamos
aguardar os próximos dias.
O que se observa é que o apoio da
população ao movimento, que no inicio dele foi bastante significativo, parece
diminuir quanto mais o tempo passa e os serviços públicos não são garantidos.
Uma situação perfeitamente compreensível, já que a falta do serviço é sentido
imediatamente naquele que o executa e não naquele que o comanda, no caso a
administração da prefeitura. Como alguém disse nesse final de semana, quanto
mais o tempo passa e o movimento perdura, todos perdem principalmente a
população que, impossibilitada de resolver a situação de forma imediata, passa a ser vitima da falta dos serviços da prefeitura.
Um movimento grevista,
principalmente no serviço público, precisa medir todos os fatores,
principalmente os efeitos negativos que podem se voltar contra ele. É claro que
uma análise fria, sem levar em conta os efeitos sobre a população, leva sem
dúvida a verificar que, se o poder executivo quisesse, poderia evitar tudo
isso. Todavia, assustado com a força do movimento, aparentemente quiseram dar o
troco, independente dos efeitos dessa ação. E agora aposta tudo no desgaste do
movimento – que se materializa na revolta da população sobre os efeitos de uma paralisação tão longa. A estratégia jurídica da prefeitura está cada vez mais
clara: manter sua posição, aguardar o julgamento (que, como já informado pelo
juiz, não julgará nada sobre o aumento), “apostar” que o parecer do promotor
seja acatado pelos juízes, e a partir daí utilizar-se de todos os meios legais
possíveis para sufocar o sindicato e responsabilizar outras forças políticas
por tudo o que aconteceu.
Evidente que isso é uma hipótese.
Pode haver outras, como a complacência depois da cartada final, já que a
próxima preocupação serão as eleições, ou ainda uma mudança dos juízes sobre o
parecer da promotoria, que como sabido, posicionou-se considerando a greve
ilegal.
Ainda no final de semana tivemos
uma notícia que desmonta as alegações da prefeitura de que não tem como
aumentar os salários de seus servidores: o primeiro trimestre de 2012 teve uma
receita 13% maior que o primeiro trimestre de 2011, segundo levantamentos do
jornal Tapera. Isso, é claro, não modificará em nada a estratégia jurídica da
prefeitura, mas alimenta em muito as reivindicações dos servidores.
Outra notícia que “surpreende” é a
nota do sr. Prefeito sobre as declarações do nosso vice-prefeito, Juvenil
Cirelli. O mesmo afirma estar surpreso com elas e que o tratamento que ele está
dando a atual situação é o mesmo que deu nos últimos sete anos. E que por isso
apoia quem sempre esteve ao seu lado. Evidente que quem estava lá dentro da
administração sabe que não é isso. Não só pelo fato de a direção
sindical ser outra, mas também porque sempre o diálogo foi buscado, queira ou
não o sr. Prefeito e as outras pessoas acreditar. A fala do sr prefeito
(??!!??) é tão carregada de falha que ele “não percebeu” na própria
declaração de Juvenil, o mesmo assume com ele possíveis erros nas negociações
passadas, mas (observação minha) que nunca levaram a um movimento como o atual.
E, paralelo a tudo isso, começa a
se desenhar o tipo de campanha que teremos num futuro não muito distante. A
partir de uma foto postada pelo secretário da cultura em seu facebook, e
editada pelo sr. Gustavo – funcionário público, secretário de escola e
declaradamente candidato do candidato do sr prefeito – também postada em seu
facebook, alguém que não existe (o que os entendidos chamam de fake) distribuiu
a foto para um número bastante grande de endereços eletrônicos da cidade,
procurando ligar o movimento grevista ao PT. A foto, para quem não viu ainda,
aparentemente tirada pela assessoria de imprensa da prefeitura, é uma imagem
onde estou atravessando a Rodovia Marechal Rondon, em frente ao CEMUS III, no
dia de sua entrega oficial, para ir até a frente da escola. Ao meu lado, um dos
grevistas, que acabará de cumprimentar (vários deles, por sinal, pois minha
educação assim manda) está com um cartaz onde se lê “ESTAMOS EM GREVE”. As
referidas pessoas citadas e o fake que encaminhou as mensagens tentam com isso
dizer que nós petistas estamos por detrás do movimento. Acho que a Rita, do
PSOL, não vai gostar muito disso...
Não preciso justificar meus atos,
até porque todos os conhecem. Mas estou me precavendo, consultando advogados,
já que minha imagem está sendo usada sem minha autorização, o que no mínimo
agride o direito do uso de imagem, já que não autorizei e desde o dia 27 de
janeiro não sou mais uma figura pública.
Também serve para observarmos o tipo de expediente que será utilizado para se tentar denegrir pessoas e trabalhos políticos. Em 2010 acompanhei muito de perto a campanha da presidenta Dilma nos meios eletrônicos. O que se viu naquela ocasião foi uma baixaria e uma covardia sem precedentes. Espero que aqui não cheguemos a isso. Entretanto, todo cuidado é pouco e certamente precisaremos nos precaver contra esse tipo de procedimento.
A verdade é que nossa cidade está
numa efervescência política e social bastante grande. Enquanto tudo isso
acontece, tivemos no sábado o nosso seminário EXPERIÊNCIAS DE GOVERNOS DE
SUCESSO, com o debate sobre várias políticas públicas levadas a efeito em Porto
Feliz, Amparo, Hortolândia e Várzea Paulista. Com a participação de mais de cem
pessoas, ele foi o primeiro evento de nosso debate participativo para a construção
de nossas propostas para a cidade. Esse tipo de ação faremos muito, pois o que
queremos é melhorar cada dia mais nossa cidade a partir de muito diálogo e
preocupação com as pessoas. Ações sórdidas e covardes não farão parte de nosso
dia a dia, mesmo que algumas pessoas tentem nos jogar para isso.
Caro companheiro Tetéia, seu texto foi muito claro quanto a exaustão de nossos amigos servidores e deixa evidente nossa posição que não é o fato da greve que faz cessar nossa amizade, nosso respeito e nossa admiração a tantas pessoas que foram nossos colegas de trabalho.
ResponderExcluirA coluna da Vera Lúcia Mantovani, no jornal "Primeira Feira", teceu algumas provocações quanto a ligação entre nós petistas e a greve, entendo que ela está em seu papel de construir hipóteses; contudo não concordo em furtar dos servidores, que tem sido tão aguerridos, o protagonismo do movimento.
Vejo que sua foto sendo usada de forma desrespeitosa é o início de muitos golpes que ainda hão por vir nessa campanha.
O desespero anda tomando conta do Paço. Pensam que sabem tudo e Machiavel, mas esqueceram der pegar a atualização 2012 do livro. O povo não é mais bobo como era antes, não é mais subserviente, e a informação é muito rápida e acessível. A desinformação e a contrapropaganda deles precisaria mostrar um pouco mais da inteligência e cultura que eles dizem ter. Isso mostra que, mais do que inteligência, é preciso ter esperteza e bom senso.
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