WASHINGTON (AFP) – O chefe da Força Aérea americana disse nesta
quarta-feira 29 que o cancelamento do contrato para a compra dos aviões
Super Tucano da Embraer para o Afeganistão é “vergonhoso” e prometeu
rever rapidamente a licitação.
“Não há como ficar satisfeito com isso”, disse o general Norton Schwartz a jornalistas.
Ele disse que a Força Aérea relançaria “rapidamente” a disputa para a
compra dos 20 aviões de combate leve para o exército afegão, já que os
recursos para o programa deverão expirar até o fim do ano fiscal de
2013. “Trabalharemos com rapidez”, completou.
A Força Aérea americana cancelou abruptamente na terça-feira 27 o
contrato de 355 milhões de dólares com a Sierra Nevada Corp. e a
fabricante de aeronaves Embraer, dizendo que abriria uma investigação
depois de uma ação legal impetrada pela concorrente americana Hawker
Beechcraft Corp.
A decisão representou um revés para a Força Aérea, que tenta mudar
suas práticas de compra de armamentos depois que uma licitação para um
novo tanque de abastecimento de voo foi marcada por escândalos e
controvérsias.
Schwartz disse que será “uma profunda decepção” se os fatos mostrarem
que a Força Aérea estragou o contrato, e expressou preocupação de que o
cancelamento possa atrasar a entrega de uma aeronave vital para o
exército afegão.
“Uma das coisas com as quais estou mais triste – sem mencionar a
vergonha que esse fato traz para nós como Força Aérea – é o fato de que
estamos deixando nossos parceiros na mão aqui”, disse.
O general alertou sobre uma punição disciplinar drástica se a
investigação revelar que o contrato foi cancelado por algum erro de
procedimento. “Posso garantir que se isso não foi um erro inocente,
haverá punições”, completou. Ele disse que a Força Aérea trabalhará duro
para resolver o problema.
O contrato para a compra dos 20 aviões AT-29 Super Tucano da Embraer
foi fechado em dezembro como parte dos planos para armar o exército
afegão após a saída da Otan daquele país. Mas a Força Aérea americana
informou que não estava “satisfeita” com a documentação apresentada na
decisão.
A Hawker Beechcraft Corp, sediada em Wichita, Kansas, protestou
contra o resultado da licitação em uma corte federal, argumentando que
seu avião AT-6 foi injustamente excluído da competição.
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