Duas visões antagônicas ou pontuais (cada um analise de sua forma) sobre o governo Dilma que achei interessante. As mesmas estão no link indicado abaixo enquanto matéria principal e um dos vários comentários existentes. Boa discussão....
O grande general Jorge Gerdau animado com os rumos do país. Julga que
a gestão Dilma Rousseff, se mantiver esse pique por oito anos, mudará
definitivamente a cara do Brasil, completando o trabalho de Lula - a
quem reputa de "intuitivo genial".
Há dez anos foi criado o Movimento Brasil Competitivo (MBC). Nasceu
do Prêmio de Qualidade do Governo Federal - do qual Gerdau, outras
lideranças do movimento e eu próprio.
A intenção do MBC foi a de, no formato de OSCIP, juntar doações do
setor privado e público para projetos de gestão na área pública.
O primeiro estado a aderir foi o Ceará, na área de educação. Depois,
Minas Gerais. Antes disso, alguns estados conduziram programas bem
sucedidos de qualidade, mobilizando micro, pequenas e grandes empresas e
área pública em geral. Foi assim com os Movimentos Gaúcho, Mineiro e
Fluminense pela Qualidade.
Há três anos, o MBC realizou sua primeira parceria com a área
federal, ajudando o Ministério do Desenvolvimento Social a incorporar
modernas ferramentas de gestão.
Nesse período, Gerdau conviveu com a então
Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Conselho de
Administração da Petrobras.
Dessa convivência surgiu o convite de Dilma para que Gerdau ajudasse o governo na área de gestão pública.
Houve uma reunião no Palácio do Planalto onde Gerdau expôs as
experiências acumuladas com os movimentos estaduais. Dado o peso da
União no federalismo brasileiro, abria-se espaço para um trabalho com
muito maior impacto.
A missão conferida foi a de prestar assessoria, estabelecer
diretrizes estratégicas e planos de ação, propor e avaliar iniciativas
da área pública, supervisionar e acompanhar. Criava-se a Câmara de
Gestão e Competitividade.
Do lado do governo, foram indicados os Ministros do Planejamento, da
Casa Civil, do Desenvolvimento e de Ciência e Tecnologia. Do lado do
setor privado, optou-se por quem pudesse agregar experiência e
conhecimento, não necessariamente por presidentes de entidades.
O ponto crítico na área de governos - especialmente do federal, pelo
tamanho - é a governança. Ou seja, a capacidade de ter visão
estratégica, para que a gestão se torne cada vez mais objetiva e
eficiente. E a capacidade da máquina de entregar o que lhe é solicitado:
os planos de ação dos governantes.
Nos últimos 15 anos, empresas privadas nacionais que se
internacionalizaram foram obrigadas a desenvolver aprendizado com o
instituto da governança. Isto é, de entregar ao acionista o que foi
prometido no plano de ação.
Setor muito mais complexo, a área pública não tem estudiosos do tema de governança.
As ações da Câmara, foram, então, divididas em três áreas distintas.
No campo das execuções, melhorias de processos em áreas críticas, como
no aeroporto de Guarulhos, Ministérios da Saúde, Justiça, Transportes,
Comunicações, Meio Ambiente, Corrreios, Anvisa.
No campo da governança, montagem de sistemas de monitoramento de 11
projetos temáticos, nos temas mais caros à Dilma - como exclusão da
miséria.
Contratou-se a McKinsey, com experiências internacionais. E informatizou-se.
Gerdau surpreendeu-se com a maneira como a máquina respondeu ao desafio.
Outra opinião
Daniel Eduardo Miyagi
Por diversas vezes Luis Nassif disse que se Dilma Rousseff quiser
entrar na história, teria que fazer mais que Lula, não apenas
continuar. E isso estaria mexer na espinha dorsal da economia. Pode ser,
concordo. Mas o maior erro de Dilma a meu ver, é sua maneira fechada.
Luis Nassif acertou quando escreveu "O mais fechado governo do Brasil
moderno". Não adianta a presidenta Dilma baixar os juros e interferir
no câmbio se a presidenta não dialogar. Caso a presidenta Dilma torne
essa ímpeto desenvolvimentista como parece realmente, o seu legado
ficará ainda assim abaixo de Lula/FHC, mas principalmente Lula, que
sempre deu espaço para o contraditório.
Lula foi estadista porque soube dialogar com o legislativo,
sindicatos, movimentos sociais, minorias políticas. Como Nassif tantas
vezes disse, ser um bom gerente não significa ser um bom estadista.
Senão, Dilma seria melhor então como Ministra da Fazenda.
O movimento LGBT se encontra enormemente
decepcionado com o retrocesso que está havendo na atual gestão; o MST e
os movimentos sociais não conseguem um canal de diálogo com a
presidenta, apesar do esforço do Gilberto Carvalho; não ouvir as
lideranças políticas e não negociar (negociar não significa
fisiologismo) e impor o seu estilo direto, duro, sem abrir espaço ou
margem para alternativas dá margem para os que dizem que a presidenta é
ditada pela imprensa PIG e com isso ganhar pontos na classe média,
aumentando sua popularidade. Mesmo que a combinação boa popularidade/boa
condução da economia se concretize, Dilma nunca entrará na história e
ficará como uma presidenta regular se não fizer mais política e abrir o
diálogo, principalmente com a minoria política, já que sua bandeira é a
de uma minoria política, que é é a maior inclusão das mulheres na
sociedade. Não adianta lutar apenas para as mulheres se os negros, o
movimento LGBT é relegado e ignorado.
Mas ao contrário de Garotinho, que comparou a presidenta com Hitler,
Dilma não vocação para o totalitarismo, muito menos ao fascismo. Ela foi
uma presa política e sabe muito bem o valor da liberdade.
Infelizmente sua postura fechada e dificuldade de conviver com o
contraditório fazem a mídia convencional usarem esse forte argumento.
Se a presidenta quiser ser uma verdadeira estadista, não adiante ter
como general, o grande empresário Jorge Gerdau e dar uma alavancada na
economia. É preciso acima de tudo equacionar a figura da gestora com a política.
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