sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Servidores do Judiciário Terminam Greve

Brasília Confidencial No 329

Os funcionários do Tribunal de Justiça de São Paulo voltaram ontem ao trabalho, ao fim de quatro meses de  greve, diante dos compromissos do tribunal de conceder reposição salarial de 4,77% até janeiro e de  continuar negociando novos índices. O acordo também prevê que os grevistas não serão punidos pela greve  e que as horas paradas serão compensadas.
 
O Tribunal de Justiça diz que apenas 15% da categoria aderiu à greve e que nenhum setor chegou a paralisar as atividades integralmente. Contudo, a Ordem dos Advogados do Brasil calcula que o andamento dos  processos sofrerá atraso de 18 meses.
 
“Com a greve, o acúmulo ficou muito grande. Processos novos vão concorrer com processos parados para serem julgados. O magistrado que marcava a audiência com quatro ou cinco meses de antecedência, porque já tinha a agenda lotada, terá que remarcar tudo e trabalhar acima do normal”, previu o vice-presidente da OAB paulista, Marcos da Costa, observando que a demanda já era muito maior do que a estrutura do  Judiciário pode atender e agora a situação só tende a piorar.
 
O dirigente da OAB calcula que 300.000 novos processos foram represados e cerca de 5 milhões ficaram parados durante a greve dos servidores.
 
O número de processos em tramitação no estado de São Paulo é de aproximadamente 18 milhões. E,  segundo a OAB, faltam funcionários para dar conta da demanda.
 
“A lentidão do Judiciário paulista não é causada por falta de vontade dos servidores. Existe um déficit de 15.000 oficiais de justiça. As pessoas saem ou se aposentam e ninguém é contratado. Recentemente fizeram um concurso para cem vagas, mas o concurso anterior foi realizado há mais de 10 anos. Então, a  contratação de 100 oficiais não vai aliviar nada. E ainda faltam escreventes, faltam equipamentos, falta  treinamento”, reclamou o oficial de justiça Aylton Bekes Cezar. 


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