quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Em Salto Não, Por Favor!

Acabei de chegar em casa e antes mesmo de selecionar os posts de hoje, preciso urgentemente tratar de um assunto local.

Hoje à tarde, depois do feriado prolongado que tivemos, estava folheando os jornais da cidade. Não mais me surpreende a grande diferença entre eles, apesar de os assuntos serem os mesmos, como é a imprensa de modo geral hoje. Entretanto em um deles observei que a sessão da Câmara Municipal que deveria acontecer na terça-feira (todas as semanas acontece), pela mesma ter sido feriado, foi transferida para hoje. Até ai nada demais. O que me assustou e impeliu-me a este post foi observar que um dos projetos a serem votados hoje na referida sessão tentará fazer em Salto o que foi feito em diversas cidades do interior, sendo o exemplo mais próximo a querida Itu. Os vereadores querem aprovar uma lei que coloca a cidade de Salto como a "Cidade de Nosso Senhor Jesus". Confesso que fiquei tão irritado com a proposta que não anotei e não sei se a frase usada é essa mesma. Mas o objetivo tenho certeza que é.

Espero sinceramente que esse projeto seja rejeitado na Câmara Municipal. Não quero ver nossa cidade nesse ridículo, desconsiderando uma série de outras crenças e possíveis religiões, ou mesmo aqueles que não tem religião alguma. Não quero ver nossa cidade no ridículo de descaracterizar a visão de Estado que tanto demorou para ser construída: um Estado laico, sem preferências de qualquer ordem.

É simples imaginar o roteiro desse projeto: primeiro aprova-se o conceito, depois como já visto pela região, aquelas famigeradas placas nas entradas da cidade com esses dizeres. Arrepia só de pensar.

Imagino enquanto alguém que trabalha na educação quais argumentos teremos que construir para justificar, se aprovada, uma ideia como essa. Como explicar para nossas crianças que todos são iguais, todos tem a mesma oportunidade, todos podem escolher suas crenças e objetivos se na entrada da cidade (caso aprovado) elas se depararão com uma frase clara e limitadora?

Que as mentes de nossos vereadores se abram e impeçam uma insensatez dessas.

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