quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Enquanto Isso, no RS....

Rede Brasil Atual


São Paulo – O sargento César Rodrigues de Carvalho, ex-segurança da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (9) na promotoria do Ministério Público do município de Canoas (RS). Foram seis horas de questionamentos ao oficial que trabalhava dentro do Palácio Piratini e é acusado de espionar políticos e jornalistas, além de extorquir empresários de máquinas caça-níqueis.

O policiamento no local foi reforçado durante o interrogatório, mas ele deixou o local sem conversar com os jornalistas. Seu advogado, Adriano dos Santos Pereira, afirmou que o sargento agiu sob ordens de oficiais superiores e que a quebra de sigilo bancário do acusado mostra pouco dinheiro depositado. Para Pereira, isso indica que não houve recebimento de propina.
Preso em um quartel da Brigada Militar de Porto Alegre, Carvalho havia declarado que obedecia a ordens diretas de pelo menos três oficiais lotados no Palácio ao acessar dados do banco de dados do Sistema de Consultas Integradas da Secretaria da Segurança Pública. Dois dos oficiais mencionados pelo sargento ainda estão em atividade.

A declaração foi dada em entrevista realizada por meio de bilhetes escritos ao jornal Zero Hora. Os oficiais citados por Carvalho são o tenente-coronel Frederico Bretschneider, exonerado na última segunda-feira e tenente-coronel Marco Quevedo. Ambos negam. O terceiro citado atua na chefia de operações da Casa Militar.

"Todos os acessos ao Sistema de Consultas Integradas foram de forma oficial e eram de conhecimento do comando. Eu só tinha a senha master (com acesso a todas as informações) porque foi pedida pelo comando da Secretaria de Segurança Pública” disse, por meio de um bilhete ao Zero Hora. O sargento suspeito ainda classificou o episódio como "lamentável" e afirmou desconhecer o teor das investigações.

A lista de pessoas espionadas inclui figuras como Tarso Genro (PT) e Paulo Paim (PT), candidatos ao governo do estado e ao Senado, além de jornalistas e advogados. Mesmo a governadora Yeda Crusius (PSDB) teve dados acessados, além de delegados da Região Metropolitana.

Sobre as acusações de envolvimento com contraventores, o sargento nega que tenha cobrado propina e recebido R$ 40 mil, como informa o Ministério Público. Ele afirma estar sendo usado como uma "espécie de bode expiatório".

PT acusa

Para lideranças do PT, a espionagem partia de dentro do governo. Em entrevista coletiva concedida na quarta-feira (8), os deputados Raul Pont e Stela Farias, e o coordenador da bancada do partido na Assembleia Legislativa, João Victor de Oliveira, lembraram denúncias antigas contra o ex-chefe-de-gabinete do governo Ricardo Lied, e mostraram que César Rodrigues investigava aliados do governo e adversários com intenções diferentes.

Stela presidiu a CPI da Corrupção na Assembleia Legislativa. Além de figurar na lista, seus filhos teriam sido espionados nas ruas, já que o itinerário deles não cosnta no Sistema de Consultas Integradas.

O presidente estadual do PSDB e deputado federal Cláudio Diaz disse ao Sul21 que a questão é criminal e não política. "O governo está aberto, pronto para auxiliar as investigações", garantiu.



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