O Ministério Público Federal entrou ontem com ação na Justiça pedindo o afastamento imediato e a perda dos cargos e aposentadorias de três delegados da Polícia Civil paulista acusados de participação direta em atos de tortura, abuso sexual, desaparecimentos forçados e homicídios, em serviço e nas dependências de órgãos da União, durante o regime militar (1964-1985).
A ação pede a responsabilização pessoal de Aparecido Laertes Calandra e David dos Santos Araujo – agora aposentados - e de Dirceu Gravina, ainda na ativa. E pede também que eles sejam condenados a reparação por danos morais coletivos e restituição das indenizações que receberam da União.
Calandra, Araújo e Gravina atuavam no DOI-Codi, respectivamente, com os codinomes de capitão Ubirajara, capitão Lisboa e JC. Eles foram reconhecidos por várias vítimas ou familiares em imagens de reportagens veiculadas em jornais, revistas e na televisão. Os seis procuradores da República que propuseram a ação colheram relatos de ex-presos políticos e de seus familiares vítimas dos três policiais, além de reunir depoimentos retirados de documentos como processos de auditorias militares, arquivos do Dops e livros, entre eles "Brasil: Nunca Mais" e "Direito à Memória e à Verdade".
A ação é assinada pelos procuradores Marlon Alberto Weichert, Eugênia Augusta Gonzaga, Luiz Costa, Sergio Gardenghi Suiama, Adriana da Silva Fernandes e Jefferson Aparecido Dias.
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