Do Tijolaço, aqui e aqui
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Passou-se uma semana do início do vazamento de petróleo no poço da
Chevron-Texaco no Campo do Frade, ao largo da Bacia de Campos.
A ANP estima que estejam vazando entre 200 e 330 barris por dia. Não é
mais um pequeno vazamento: isto representa entre 32 mil e 52 mil litros
diários.
Até agora, e no primeiro dia, só a assessora de imprensa da
Chevron-|Texaco falou – e besteira – no primeiro dia, dizendo que era um
acidente natural.
Pode procurar nos jornais e nos sites: nenhum diretor da empresa deu
entrevista. A empresa só fala por comunicados, fiel e inquestionadamente
reproduzido pelos jornais.
Quem é o presidente ou diretor responsável pela Chevron? O que ele
tem a dizer? Só a muito custo se descobre que é o senhor Charles Buck,
subordinado ao sr. Ali Moshiri, presidente da empresa para a África e
América Latina.
A Chevron é uma empresa fantasma, sem rosto, sem voz, sem seres humanos. Tinha capacidade técnica para perfurar o pré-sal, como provavelmente estava fazendo?
Suas informações são repetidas sem qualquer aprofundamento ou dúvida.
É o oráculo de Houston falando aos pobres tupiniquins, incapazes de formular uma única pergunta.
Embora, é claro, tenham ido perguntar sobre o vazamento à Petrobras, sócia minoritária e sem poder operacional sobre o campo.
Não há uma ONG, um ambientalista, ninguém protestando, ninguém – além
da Presidenta Dilma – exigindo apruação completa do acidente.
O vazamento vai ser tampado com press-releases?
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As duas fotos aí de cima foram publicadas pelo blog SkyTruth ,especializado em interpretação de foto de satélites com fins ambientais, mantido pelo geógrafo John Amos,
e registram em dois momentos o que é identificado como sendo a mancha
de óleo provocada pelo vazamento provocado pela Chevron-Texaco e que
está sendo mantido na sombra pela imprensa.
Cheguei até elas pela dica do leitor Henrique, que parece ser mais eficiente que toda a imprensa brasileira reunida.
Aliás, os próprios releases dizem que há 18 navios
trabalhando no combate ao vazamento. Devem ser navios-fantasmas, como é a
direção da Chevron. Não têm nome, não têm comandante, não tem
tripulação, não têm coordenadores. Não há uma pessoazinha que seja, com
nome e sobrenome, que diga: “olha, as coisas aqui estão assim ou
assado”.
Ninguém tem uma máquina fotográfica, uma filmadora, um reles celular que tire fotos. Internet, então, nem pensar.
Será que vamos ter que esperar que coloquem uma mensagem na garrafa,
para que a nossa imprensa publique algo além de notas oficiais?
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