terça-feira, 31 de agosto de 2010

Photoshop Salva Tucano

Do Viomundo


O blogueiro Márcio Amêndola soube que José Serra ia produzir um evento hoje, em São Paulo, diante do chamado impostômetro da Associação Comercial. O impostômetro pretende medir os impostos pagos pelos brasileiros. Na hora agá, o impostômetro deu pau. Apagou. Teve um problema técnico. E José Serra ficou sem a imagem com a qual pretendia, acredito, aparecer no Jornal Nacional desta noite.

Amêndola, com a ajuda do photoshop, resolveu contribuir com a campanha de Serra. E “colocou” o candidato diante de um símbolo de seu governo, o “pedagiômetro”. A nota que o Amêndola reproduziu na
mensagem é da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo:



Pedágio de SP está entre os mais caros do mundo

Em São Paulo, pedágio de caminhões chega a ser quase três vezes mais caro do que na Europa

O pedágio cobrado nas rodovias paulistas é o mais caro do Brasil e, quando comparado com as tarifas pagas nas rodovias dos Estados Unidos ou da Itália, fica evidente que está entre os mais caros do mundo também.

Na rodovia Florida’s Turnpike, nos Estados Unidos, o preço por quilômetro rodado é de R$ 0,076, enquanto a média nas rodovias paulistas é de R$ 0,111, ou 46% superior ao da rodovia americana.

Além disso, na Florida’s Turnpike há o SunPass que é um dispositivo colocado no automóvel que garante a passagem direta pelo pedágio. É como o Sem Parar que existe em São Paulo. Diferentemente do Sem Parar, o SunPass garante desconto médio de 20% para o usuário. O pedágio fica bem mais barato para quem o utiliza.

No caso das rodovias italianas (R $0,134), elas são mais baratas do que as rodovias Anchieta (R$,0159), Imigrantes (R$ 0,152) e Castello Branco (R$ 0, 145), enquanto a Bandeirantes (R$ 0,135) e a Anhanguera (R$ 0,132) têm valores próximos aos da Itália.

Mas vale ressaltar que a concessionária italiana construiu com recursos próprios a sua rede de rodovias, diferentemente do que ocorre em São Paulo. No caso paulista, paga-se duas vezes: para construir e usar a rodovia.

E paga-se também ao consumir qualquer produto transportado por essas rodovias. Comparando novamente com as estradas italianas, o pedágio que incide sobre veículos de carga em São Paulo é até 149% mais caro do que na Itália.

Caminhão paga muito mais

Um caminhão com seis eixos que sai de Bari e vai até Milano, percorrendo 874,5 km, paga o equivalente a R$ 286,06. Um caminhão similar, partindo de São Paulo e fazendo o percurso de ida e volta até São José do Rio Preto, o que dá 880 km, deixa R$ 710,40 nos pedágios paulistas. Conclui-se que em São Paulo se paga duas vezes e meia a mais do que na Itália.

Esse alto custo do pedágio paulista é repassado para o frete e, consequentemente, para o produto. No final, quem paga essa conta é o consumidor, ou seja, toda a população. (Da liderança do PT na Assembleia Legislativa)

Ação Contra Delegados da Ditadura

Brasília Confidencial No 326

O Ministério Público Federal entrou ontem com ação na Justiça pedindo o afastamento imediato e a perda dos cargos e aposentadorias de três delegados da Polícia Civil paulista acusados de participação direta em  atos de tortura, abuso sexual, desaparecimentos forçados e homicídios, em serviço e nas dependências de órgãos da União, durante o regime militar (1964-1985).

A ação pede a responsabilização pessoal de Aparecido Laertes Calandra e David dos Santos Araujo –  agora aposentados - e de Dirceu Gravina, ainda na ativa. E pede também que eles sejam condenados a  reparação por danos morais coletivos e restituição das indenizações que receberam da União.
 
Calandra, Araújo e Gravina atuavam no DOI-Codi, respectivamente, com os codinomes de capitão  Ubirajara, capitão Lisboa e JC. Eles foram reconhecidos por várias vítimas ou familiares em imagens de  reportagens veiculadas em jornais, revistas e na televisão. Os seis procuradores da República que  propuseram a ação colheram relatos de ex-presos políticos e de seus familiares vítimas dos três policiais,  além de reunir depoimentos retirados de documentos como processos de auditorias militares, arquivos do  Dops e livros, entre eles "Brasil: Nunca Mais" e "Direito à Memória e à Verdade".
 
A ação é assinada pelos procuradores Marlon Alberto Weichert, Eugênia Augusta Gonzaga, Luiz Costa,  Sergio Gardenghi Suiama, Adriana da Silva Fernandes e Jefferson Aparecido Dias. 

Quem Mesmo tem Histórico de Vazamentos???

Brasília Confidencial No 326

Primeira presidenciável a participar de uma série de entrevistas programadas para esta semana pelo Jornal  da Globo, a candidata do PT, Dilma Rousseff, cobrou das oposições a apresentação de provas das  acusações à campanha petista. E acusou o PSDB de ter uma trajetória “absolutamente expressiva” de vazamentos e grampos. A manifestação de Dilma ocorreu em resposta a uma pergunta da jornalista  Christiane Pelajo.
 
Pergunta: Candidata, a Receita Federal negou intenção política na quebra de sigilo no vazamento de dados  de tucanos na semana passada. Integrantes do seu partido já foram envolvidos em montagem de dossiês contra opositores. Como é que a senhora pode dar garantias pra gente da população que isso não vá  acontecer num eventual governo da senhora?
 
Dilma: Olha, eu tenho muito tempo de vida pública, Christiane. E jamais compactuei com nenhum malfeito. Tenho insistido que a acusação da oposição a mim e à minha campanha é absolutamente sem fundamento. Inclusive, entrei com seis medidas jurídicas contra o candidato, meu opositor - não eu, mas o meu partido -, e também pedi providências à Polícia Federal pra investigar esse fato. Eu considero que é absolutamente injustificável que uma pessoa acuse outra sem apresentar provas. Nós temos pedido sistematicamente que  apresentem provas. Aliás, se essa situação for colocada dessa forma, eu queria dizer uma coisa: o partido do meu adversário tem uma trajetória de vazamentos e grampos absolutamente expressiva. Por exemplo,  vazamento das dívidas dos deputados federais com o Banco do Brasil nas vésperas da votação da emenda  da reeleição; os grampos que existiram no BNDES e também os grampos feitos juntos ao próprio gabinete  do secretário da Presidência da República. Eu jamais usei esses episódios pra tornar o meu adversário  suspeito de qualquer coisa, porque eu não acho correto. Agora, eu também não concordo que, sem provas,  me acusem ou acusem a minha campanha. Eu tenho uma trajetória política. Na minha trajetória política, eu  tive sempre absoluto respeito pela legalidade e pelo uso do dinheiro público. Então não vejo nenhuma  justificativa para as acusações, a não ser interesse eleitoral. 

Globo Tentou Novamente

Da Rede Brasil Atual

A Rede Globo voltou a tentar associar a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República à falta de ética e à contradição política, durante entrevista ao vivo da presidenciável ao Jornal da Globo, na madrugada desta terça-feira (31).

Em vez de pautar o debate sobre conteúdo do programa de governo, ou críticas à gestão do governo Lula, os apresentadores do noticioso optaram por repetir questões como elaboração de supostos dossiês, alianças com políticos envolvidos em episódios de corrupção, distribuição de cargos num eventual novo governo petista, associação com a guerrilha colombiana, a proximidade com Cuba e até mesmo sobre a aparência pessoal da candidata.

Todos os questionamentos foram devidamente respondidos ou desmontados pela candidata, que lembrou, por exemplo, algumas das denúncias associando o PSDB ao vazamento de informações sigilosas no passado (no BNDES, no Banco do Brasil e no gabinete da Presidência).

Também afirmou que não discute a presença de nenhum nome em um eventual governo seu até que os resultados das votações sejam conhecidos. “Pesquisa não ganha eleição. Eu não sento na cadeira (de presidente) antes, porque é preciso respeitar o voto popular e sei que isso dá azar”, lembrando o episódio em que Fernando Henrique Cardoso perdeu a eleição para a prefeitura de São Paulo para Jânio Quadros, em 1985.

Não houve perguntas sobre educação, saúde ou segurança - os temas mais recorrentes em entrevistas do tipo. Na segunda parte do programa, Dilma chegou a ser questionada sobre o nível de investimentos públicos em relação à arrecadação de impostos - a apresentadora Cristiane Pelajo disse que o governo investia pouco.

Ela começou sua resposta afirmando que discordava de Pelajo e que os governos anteriores ao atual mantiveram o país praticamente sem investimentos federais por 25 anos. Em seguida, a candidata enumerou uma série de obras e seus benefícios, iniciados nos oito anos de governo Lula.

A última pergunta, feita pelo jornalista William Waack, foi sobre ajuste fiscal, um dos temas que passou a frequentar a pauta dos jornais e revistas do país nos últimos dias. Dilma afirmou que é contra o ajuste fiscal.

"O que é ajuste fiscal? É regime de caixa. Caracteriza-se pelo fato de que na despesa você sai cortando: aumento de salário mínimo, aumento de salário... investimento, saneamento, nem pensar. Como é regime de caixa, tem um lado da receita que todo mundo esquece. Sabe o que você faz? Você aumenta imposto.... O país não precisa mais passar por isso."

O mesmo telejornal entrevista o candidato do PSDB, José Serra, na madrugada desta quarta, 1º de setembro. No dia seguinte, é a vez de Marina Silva (PV).

Leia a íntegra da entrevista de Dilma Rousseff ao Jornal da Globo.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Crônica de Um Assassinato Gradual

Brasília Confidencial No 325

AYRTON CENTENO

Naquele 13 de março, João Goulart queixou-se da teia de “terror ideológico” tecida pelos seus adversários: “Desgraçada a democracia se tiver que ser defendida por tais democratas”, desabafou o presidente perante 200.000 pessoas, no comício da Central do Brasil.
 
E prosseguiu: “A democracia que eles desejam impingir-nos é a democracia anti-povo, do anti-sindicato, da  anti-reforma, ou seja, aquela que melhor atende aos interesses dos grupos a que eles servem ou  representam”.
 
Quarenta e seis anos depois, suas palavras reverberam notável frescor, como se estivessem pairando agora nas ruas do velho Rio.
 
“A democracia que eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobras; é a democracia dos  monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta contra os governos populares e que levou Getúlio Vargas ao supremo sacrifício”.
 
Naquela noite dos idos de março de 1964 moviam-se estrelas da política e muitos coadjuvantes. Um deles, um jovem de 22 anos. Presidente da União Nacional dos Estudantes, a UNE, também discursou, dedo em riste, intenso. Tinha algumas divergências com o governo, mas frequentava o mesmo palanque.
 
Dezoito dias depois, o vaticínio de Jango – “Desgraçada a democracia se tiver que ser defendida por tais democratas” - consubstanciou-se sob a forma de tanques, fuzis e metralhadoras. Golpeado, o governo  constitucional se desfez e alimentou a diáspora dos seus protagonistas, coadjuvantes ou periféricos. O rapaz  escondeu-se durante alguns dias, a sede da UNE foi incendiada e ele também saiu do Brasil.
 
Em meio à marcha para o exílio, a imprensa que, dez anos antes, conspirara contra Getúlio Vargas, tocava seu bumbo: “Vive a Nação dias gloriosos”, festejou o editorial de O Globo no dia 2 de abril. E emendou: “Porque souberam unir-se todos os patriotas (...) para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a  ordem.”
 
A democracia, como se sabe, continuaria sendo salva nas duas décadas seguintes. Com a ajuda de O Globo e seus iguais.
 
O fogo cerrado da mídia contra os governos Vargas e Goulart municiara com novos termos o arsenal  retórico de certa classe média temerosa do avanço do trabalhismo: mar de lama, petebo-comunismo e  república sindicalista, entre muitos. Este último extraído de uma fraude. Em 1955, Carlos Lacerda denunciou em seu diário, a Tribuna da Imprensa, a urdidura de uma “república sindicalista” no Brasil. Prova disso seria  a carta remetida pelo deputado peronista Antonio Brandi ao ministro do Trabalho, João Goulart. A “Carta  Brandi” tratava de contrabando de armas para transformar o país na citada república. Era uma falcatrua,  como o próprio Lacerda viria a saber. Nos quartéis, porém, a “Carta Brandi” aguçou a inquietação ao  disseminar a patranha de que os sindicatos estavam prestes, como se fossem um exército, a tomar o poder.  
 
Em 1964, a expressão foi recuperada para dar fôlego à idéia da revolução iminente.
 
Passaram-se mais de quatro décadas até os ouvidos militares captarem novamente a expressão “república sindicalista”. Aconteceu no Clube da Aeronáutica, semana passada. Quando, aliás, comunicou-se que a  “república sindicalista” já foi implantada, como “uma operação militar”. Restou por esclarecer o objetivo  deste ritual de sedução que une porções iguais de arcaísmo e irresponsabilidade. Que jogo exatamente  começou a ser jogado? Não se sabe. O que se sabe é que a informação foi dada durante palestra, a portas  fechadas, por exigência do palestrante. Ignora-se se houve alguma menção à Carta Brandi. É provável que  não. Desta vez a impostura não estava contida na carta e sim no portador.
 
Afirma-se que quem soprou a pluma nos ares da caserna foi o jovem de 22 anos que discursou no palanque de Jango, Brizola e Arraes. Não acredite. Ele está morto. Morreu assassinado, aos poucos, como muita gente morre quase sem perceber, sem velório ou caixão.
 
Apenas casca, desprovido da antiga substância, continuou andando e não se notou sua partida. Se vivo  estivesse, não teria palavras apropriadas para se dirigir ao orador. Teria somente asco.

Maitê Proença Faz Escola

Do Viomundo


Por: Conceição Oliveira, no twitter: @maria_fro

O título deste post remete à declaração infeliz dada pela atriz global Maitê Proença, discutida aqui. Parece que Maitê encontrou adeptos da espécie ‘machos selvagens’ e sem noção que tanto aprecia. Um deles se identifica no twitter e no twitpic como @cesaradorno. Em seu perfil encontramos a seguinte descrição: “Cesar Adorno, Bio: Medico Veterinário nascido em Santa Cruz do Rio Pardo neto de imigrantes Italianos,Tucano por ideologia e Sãopaulino de coração!”(sic) No seu avatar vemos um twibbon de apoio ao candidato José Serra. Se é um perfil falso ou não, não podemos afirmar, só podemos deduzir que por trás dele existe um ser sem noção e que acredita que vale tudo na campanha, inclusive incorrer em alguns crimes.

A imagem que vocês podem ver reproduzida abaixo foi editada grosseiramente por algum incauto. As inscrições originais da faixa foram apagadas e em seu lugar foram inseridas mensagens de incitamento à violência contra a mulher, no caso: Dilma Rousseff.

Imagem editada que foi publicada por um usuário do twitpic que se identifica como Cesar Adorno.

As frases fazem apologia ao crime na medida em que remetem ao assassinato bárbaro de Elisa Samúdio, seu suposto mandante e possíveis executores.

José Serra não pode ser responsabilizado criminalmente pelos aloprados que o apóiam, é fato. Mas esse tipo de campanha suja invade a rede em inúmeras vertentes (já falamos sobre isso aqui e também aqui). E o que chama a atenção nestas manifestações preconceituosas, sexistas, por vezes racistas e, na maioria das vezes, repletas de preconceitos de classe é que para além do comportamento agressivo, ilegal e imoral, percebemos que na própria campanha oficial da coligação demotucana há estímulos à detratação, à desinformação, à disseminação de textos falsos. Veja aqui que tipo de e-mail os eleitores recebem quando se cadastram no site Serra45.

Infelizmente constatamos que uma rede feminina de apoio ao PSDB no twitter reproduziu a foto e a mensagem do ‘macho selvagem’ que se diz tucano de carteirinha.

 Imagem da conta no twitter denominada Mobilizamulher PSDB capturada da tela do computador.

É lamentável que uma rede feminina de apoio ao PSDB reproduza uma mensagem como essa que traz a tag #eurimuitoooo. Como aponta Cinthya Semíramis no Sexismo na Política, o que há de divertido nesta manifestação tão sexista que incita violência contra a mulher?

As feministas históricas tucanas devem estar morrendo de vergonha alheia. Espero que façam mais que isto, espero que se mobilizem para repudiar e denunciar tais práticas que emporcalham a democracia e ferem os direitos humanos.

FLITS: Repercussões e Aprofundamentos

Ontem falei aqui sobre o cancelamento do VI FLITS - Festival de teatro de Sorocaba coordenado pela ATS.

Uma correção importante: disse que o tal sindicato era o SBAT. Errei. Na verdade o sindicato é o SATED/SP, que significa Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo. Desculpem a falha.

Entretanto o impasse continua. Manifestos de artistas de Sorocaba já correm a internet. O representante do sindicato na cidade também publicou uma carta aberta onde lamenta a posição da direção do sindicato em um processo que, segundo ele, caminhava para uma solução negociada boa para todos os lados.

Como a nota publicada no sábado no jornal Cruzeiro do Sul (veja aqui) fala que o sindicato baseou-se na legislação vigente, hoje fiz uma rápida pesquisa sobre a tal legislação vigente. Descobri que a lei que regulamenta a profissão dos artistas e técnicos em espetáculos de diversão é de 1978, mais precisamente de maio daquele ano. A regulamentação veio logo em seguida com o decreto 82.385, de outubro do mesmo ano. Ambos assinados pelo presidente da época: General Ernesto Geisel. Certamente a maioria dos novos e amadores artistas não se lembrarão dele. Mas é bom ler (quem não o fez ainda) sua história.

Evidente que com isso não estou dizendo que a lei tenha sido fruto da ditadura. Até porque em um dos jornais dos artistas pude ler quanta gente boa lutou pela aprovação da lei. Paulo Autram, Paulo Betti, Cacilda Becker, Lélia Abramo, entre tantos outros nomes que respeitamos muito.

O que chama a atenção na lei e no decreto é que sempre ela fala de profissionais. E o sindicato da categoria entra quando se fala do registro do artista ou técnico que, segundo a lei, pode ser conseguido de três maneiras, não cumulativas: diploma de curso superior; ou diploma de escola técnica; ou atestado de capacitação profissional fornecido pelo sindicato. Não consegui encontrar na lei que espetáculos amadores precisem da comprovação profissional.

No correr da leitura da lei, vários tópicos protecionistas e corporativistas podem ser observados. Evidente que temos de levar em conta o período e a luta que deve ter sido a regulamentação de uma profissão que carregava na sociedade uma série de preconceitos. Mas, evidente fica também sua desatualização. Está mais do que na hora de ser revista. Entretanto esse é outro assunto.

Insisto em afirmar que em nenhum momento a lei ou seu decreto falam em regulamentação de apresentações não profissionais. Em algumas manifestações do SATED/SP pude observar que toda essa preocupação existe para se preservar o ator. Assim, podemos acreditar que a posição de profissionalizar todos, pode fazer parte de uma estratégia de preservação da profissão. Também interessante posição, não fosse o fato de quererem garantir isso a qualquer custo, inclusive com a suspensão das apresentações a partir de ameaças à organização do evento.Com um detalhe: existe uma taxa a ser paga por quem, forçosamente, profissionalize-se.

Como diz o representante regional, o que tentou o SATED/SP foi forçar de maneira impositiva que todos se profissionalizassem mesmo não sendo essa a vontade da maioria.

Sei que acredito ser urgente e necessária a mudança e atualização dessa lei, garantindo o princípio da proteção da profissão, mas tirando seus aspectos autoritários e corporativistas. Se o sindicato preza pela possibilidade de garantir atestados de capacitação profissional até porque muitos de seus profissionais não passaram pela formação universitária ou técnica, é só ajustar a lei ao modelo de certificação de experiências profissionais já existente no Ministério do Trabalho e que é fruto de uma longa luta do movimento sindical cutista. E nenhuma taxa precisará ser cobrada, pois é política pública, ou seja, direito de todos e de todas.

E mais ainda: acredito que já passamos da hora de alterarmos a legislação sindical vigente em nosso país. Na década de 90 do século XX já lutava por isso. E o que vejo é que os mesmos problemas e vícios contidos naquela época, perduram até hoje. Em uma das muitas manifestações que li sobre o acontecido, pude verificar que a presidente do sindicato em questão está nesse cargo há pelo menos 20 anos.

Acontecimentos como esse servem para verificarmos o quanto ainda temos para avançar em nosso país.

domingo, 29 de agosto de 2010

Para Recordar: A Natureza dos Tucanos

Direto da Redação

Publicado em 19/10/2006

DA NATUREZA DOS TUCANOS

Existe uma lenda famosa do escorpião que pede ajuda ao sapo para atravessar o rio e o convence de que não irá picá-lo, pois nesse caso os dois morreriam. No meio do trajeto, o escorpião crava seu ferrão no sapo, que surpreso pergunta por que ele fez isso. Ao que o escorpião responde que é da sua natureza.

Transferindo a lógica para o universo político, a questão da privatização parece ser da natureza dos tucanos. Se não, como explicar que no momento em que seu candidato à presidência Geraldo Alckmin tenta a todo custo se livrar da pecha de privatista, tucanos de alta plumagem apareçam para falar justamente de privatização e defender até a expansão do programa levado a cabo durante os oito anos de governo do PSDB?

Ao colar em Alckmin a condição de privatista, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu tomar a ofensiva que perdera desde o surgimento do dossiê, e o candidato da coligação PSDB-PFL passou a negar a intenção de privatizar qualquer empresa pública, afirmando que nada de semelhante consta em seu programa de governo.

Acusando o golpe, Alckmin e seus correligionários passaram a acusar o PT de “terrorismo eleitoral”, o mesmo mal de que Lula tinha sido vítima em 2002, quando os tucanos disseram que seu governo romperia contratos e seria um desastre econômico, o que levou o dólar e o risco Brasil a níveis estratosféricos.

A estratégia de Alckmin até poderia ter sido bem sucedida se não entrasse em cena a natureza dos tucanos. Em entrevista a uma emissora de rádio, mesmo ciente de toda a polêmica envolvendo o tema, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmou não ser contrário à privatização da Petrobras, a maior estatal brasileira, nascida de uma campanha popular pelo monopólio do petróleo.

Fernando Henrique defendia as privatizações que fez e deve ter se entusiasmado, lançando mão do que gostaria de ter feito. Em sua gestão, houve uma tentativa de mudar o nome da Petrobras para Petrobrax, o que foi interpretado à época como primeiro passo para a provável privatização da empresa.

Ao perceber o estrago feito por sua declaração na campanha de Alckmin, Fernando Henrique emitiu uma nota alegando erro de interpretação. Disse que teria faltado “vírgula ou ponto e vírgula” para dar sentido à frase de que era contrário à privatização da Petrobras.

A natureza privatista tucana voltou a se manifestar na entrevista do ex-ministro de FHC e comandante das privatizações Luiz Carlos Mendonça de Barros, que disse ser a privatização da Petrobras um tema ainda em aberto.

Mendonça de Barros fez uma crítica sensata a Alckmin, questionando por que não defendeu as privatizações e sim buscou negá-las. Se ela foi obra dos tucanos, por que não assumi-las? O ex-ministro reafirmou certeza na venda da CSN, da Vale do Rio Doce e da Telebrás, e manifestou a natureza tucana ao dizer que a privatização da Petrobras pode ser discutida.

Alckmin, que presidiu o Programa de Desestatização de empresas paulistas durante o governo Covas e depois deu seguimento à política quando passou a governador do estado tem em seu currículo a venda do Banespa, da Fepasa (trens) , da Eletropaulo, da Comgás, da Companhia Paulista de Força e Luz e do Ceagesp (abastecimento). Também vendeu parte da Nossa Caixa e da Sabesp, companhia de saneamento.

Assim como Fernando Henrique, o dinheiro arrecadado na venda das empresas foi aplicado na dívida pública e desapareceu sem que a dívida fosse reduzida. Ao contrário, novamente como FHC, a dívida subiu de R$ 34 bilhões para R$ 123 bilhões.

Como o escorpião da lenda, Alckmin garante que não privatizará a Petrobras, a Caixa Econômica Federal, o BNDES ou qualquer outra empresa estatal sobrevivente. Mas e se no meio do caminho sua natureza se manifestar?


Mair Pena Neto - Jornalista carioca. Trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Agência Estado e Agência Reuters. No JB foi editor de política e repórter especial de economia.

Mercadante Começa a Virar o Jogo

Mercadante 13


Definitivamente, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloízio Mercadante, começa a subir na preferência do eleitor. Confirmando a tendência de crescimento divulgada nesta sexta-feira (27/08) pelo DataFolha , quando Mercadante avançou 4 pontos, agora é a vez do Ibope mostrar que o candidato está crescendo. Neste sábado (28/08), o instituto mostrou que Aloízio Mercadante subiu 9 pontos e já tem 23%.

Já o candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, caiu 3 pontos. (Clique aqui e assista Mercadante falando da arrancada e elogiando a miltância do PT)

Subir 9% não é pouca coisa. É ganhar mais de 2 milhões e 700 mil votos no estado de São Paulo. Foi isso o que o Ibope mostrou na última pesquisa para governador de São Paulo. Aloizio Mercadante estava em Barretos e comemorou a subida nas pesquisas. Entre os dias 24 e 26 de agosto, Mercadante subiu muito. “Nós crescemos fortemente, o que é um ótimo sinal. Aquilo que está acontecendo com Dilma também vai acontecer com a gente em São Paulo, pois o povo está elegendo o Brasil que deu certo, o Brasil do presidente Lula”, disse Mercadante.

As pesquisas mostram que existe forte tendência de crescimento e servem de incentivo para a continuidade da campanha. Quem não se anima quando sobe 9 pontos em uma semana? “Nós vamos trabalhar com humildade, com os pés no chão, pois nosso maior patrimônio é a nossa militância. Foi ela que fez o Lula chegar onde chegou e é com ela que nós vamos vencer a eleição em São Paulo e no Brasil”.

O candidato do PT ao governo estadual acredita que está próximo o fim do império de 16 anos do PSDB em São Paulo: “Eu acredito que, depois de 16 anos de PSDB, nós vamos ter uma chance de governar o estado e de mostrar, como mostramos no Brasil, que é possível fazer melhor para todos, e não fazer apenas coisas boas para poucos”. É importante relembrar que na pesquisa do Ibope o candidato tucano caiu 3%, e talvez isso signifique uma mudança no pensamento do paulista. Uma mudança gradual, que pode refletir no dia 3 de outubro. Talvez um futuro diferente para São Paulo.

Dilma abre 24 pontos de vantagem

O Ibope também divulgou pesquisa para a presidência. A candidata do PT, Dilma Rousseff, atingiu 51% das intenções de voto. O levantamento mostra o tucano José Serra em queda, com 27%.

Ouça o comentário de Mercadante sobre a pesquisa clicando aqui

Quer conhecer o Mercadante?

Clique aqui e assista ao vídeo com a biografia do candidato.

Colabore com a campanha!

A partir de agora o site de Aloizio Mercadante oferece um link para quem quiser colaborar com a campanha ao governo de São Paulo. As doações variam de R$13,00 a R$ 1.000,00 e serão feitas por cartão de crédito (Mastercard  ou Visa). O recibo eleitoral será emitido online. Só poderão colaborar pessoas físicas e, de acordo com a lei eleitoral, não será permitida a doação por empresas, cartões corporativos ou emitidos no exterior.

Clique no link e faça sua doação:  https://doacao.mercadante13.com.br

Campanha Proporcional Diferenciada

Companheiras e companheiros


A Comissão Executiva Estadual, em sua reunião no dia 02/08/2010, ao entender que a exigüidade de tempo dificultava a apresentação de todos os candidatos, deliberou que o programa eleitoral de rádio e televisão das candidaturas proporcionais seria realizado com foco na votação da legenda PT, e no13. Para isso, contaria com a participação de nossos candidatos majoritários e, de nosso maior cabo eleitoral: Lula.

Em pesquisa qualitativa, recentemente realizada constatou-se a justeza dessa decisão, pois dentre outras razões, “As eleições proporcionais praticamente não mobilizam o público, especialmente os mais envolvidos com as escolhas para os cargos de Presidente e de Governador. Dessa forma, as definições para o legislativo estadual e federal permanecem, até muito próximo ao dia das eleições, em suspenso, em segundo plano”.

Por outro lado, a campanha individualizada de proporcionais só tem contribuído para identificar e gravar na memória do eleitorado os candidatos ‘celebridades’ ou bizarros. Vejam algumas falas:

“A imagem geral e uniforme que fazem do horário eleitoral gratuito para deputados é bastante negativa...”

“Começou a propaganda a gente muda de canal, ou senão falamos: ‘vamos rir um pouco’. (...) A de presidente a gente assiste, mas depois desliga.” (São Paulo, B2B1, sem preferência partidária)

Por fim, a pesquisa conclui também que “o formato igual e o pouco tempo de fala para cada candidato acabam por indiferenciá-los, jogá-los num lugar comum, onde não há credibilidade, de um modo geral. Com o agravante de que esse formato já funciona como sinalizador de pouca seriedade para o eleitor, logo, não gera envolvimento”.

São Paulo Condenado

Estado de SP agora é condenado por racismo institucional
 Fonte: Afropress - 27/8/2010

S. Paulo - O Estado de S. Paulo acaba de ser condenado pela Justiça pela prática do crime de racismo cometido por uma professora da rede pública da Escola Estadual Francisco de Assis, no Ipiranga. Em sentença do dia 10 deste mês, só agora tornada pública, a 5ª Vara da Fazenda Pública considerou que a professora utilizou texto de conteúdo racista em sala de aula e condenou o Estado ao pagamento de R$ 20,4 mil por danos morais à família do estudante.

Sem qualquer razão, uma vez que o processo não tramita em segredo de Justiça, o nome da professora é mantido sob sigilo, o que só tem ocorrido em casos de crimes de racismo. A Afropress ligou para a direção da Escola pedindo informações sobre a identidade da agressora, porém, a diretora e professores que atenderam – de nomes Sônia e Vera – disseram não ter autorização para revelar a identidade, embora lembrassem do caso. “O senhor tem de falar com a Coordenodoria de Ensino”, informaram.

A Afropress também ligou para a Secretaria de Educação e para a professora Roseli de Oliveira, Coordenadora de Políticas para as Populações Negra e Indígena da Secretaria da Justiça, que recomendou fosse encaminhada solicitação por escrito. Até a postagem dessa edição, não tinham sido respondidas as duas perguntas encaminhadas: 1 – nome da professora, uma vez que o processo que tramita na 5ª Vara da Fazenda Pública não tramita em segredo de Justiça: 2 – quais as medidas que o Estado vai tomar, por meio da Procuradoria Geral do Estado, e se entre elas está a ação para que o custo da condenação não seja pago pelos contribuintes.

A sentença é do dia 10 deste mês e a Procuradoria Geral do Estado ainda não decidiu se vai recorrer, ainda que, por imposição legal, o Procurador do Estado é obrigado a recorrer em casos de condenação do Estado. Fontes da Procuradoria, contudo, informaram que, extraordinariamente, o procurador Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo (foto) pode pedir ao procurador geral do Estado que poderia decidir pela dispensa do recurso.

Pedagogia racista

O caso aconteceu em 2002, quando a professora passou uma atividade baseada no texto “Uma família Colorida”, escrito por uma ex-aluna do Colégio. Na redação cada personagem era representado por uma cor. O homem mau da história, que tentativa roubar as crianças da família, era negro.

Por causa disso, o garoto, que na época tinha sete anos, passou a apresentar problemas de relacionamento e queda na produtividade escolar. O menino, hoje com 15 anos, acabou sendo transferido de escola. Laudos juntados ao processo apontam que ele desenvolveu um quadro de fobia em relação ao ambiente escolar.

Caso Simone Diniz

Em 2007, em decisão inédita a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, condenou o Brasil, em caso similar de racismo institucional também praticado pelo Estado de S. Paulo, ao recusar-se a apurar o caso de racismo contra a doméstica Simone Diniz. Por conta da condenação, o Estado – por meio de projeto enviado pelo então governador José Serra, e aprovado pela Assembléia Legislativa – pagou R$ 36 mil à título de indenização.

Defesa

Na defesa, a Secretaria da Educação, alegou que não houve má fé ou dolo na ação da professora, porém, o juiz entendeu que o caso configurou uma situação de racismo. “A atividade aplicada não guarda compatibilidade com o princípio constitucional de repúdio ao racismo’, afirma a sentença.

O valor da condenação corresponde a 20 salários mínimos para o aluno e 10 salários mínimos para cada um dos pais. O pedido de danos materiais foi negado por falta de comprovação. A solicitação de recolhimento do livro que continha o texto foi desconsiderada, pois a rede não usa o material.

Segundo pesquisa da UNESCO o racismo afeta o desempenho escolar de negros no Brasil. A média dos brancos no 3.º ano do ensino médio é 22,4 pontos mais alta que dos negros (na escala de 100 a 500 do Saeb). Mesmo quando se leva em consideração a classe social, as diferenças se mantêm. Na classe A, 10,3% dos brancos tiveram avaliação crítica e muito crítica no Saeb. Entre os negros, foram 23,4%.

Sindicatos e Sindicatos

Acabo de saber de uma arbitrariedade sem precedentes na história de nosso sindicalismo. Como dirigente sindical que fui por quase 15 anos não posso admitir que uma organização como essa seja vilipendiada e deturpada como no caso ocorrido em Sorocaba. E aproveito para solicitar que todas e todos que acreditam nesse tipo de organização, mobilizem-se para acabar com esse abuso de poder que sinceramente não sei em que lei se baseia.

Em Sorocaba existe há seis anos o Festival Livre de Teatro - FLITS - coordenado pela ATS - Associação de Teatro de Sorocaba. Existe em São Paulo um tal de SBAT que parece ser Sindicato Brasileiro de Atores (ou artistas...) de Teatro. Pois é. O tal SBAT impediu a realização do FLITS porque exige que os participantes tenham comprovação de registro da profissão dos atores e técnicos. Evidente, pois tal comprovação para ser conseguida (pelas informações que recebi)  precisa ter taxas recolhidas ao tal SBAT. Uma taxa básica de um salário mínimo por ano...

Várias coisas são incompreensíveis e inadmissíveis nessa questão: a primeira delas com certeza é o fato de como exigir comprovação de registro da profissão para amadores? Ora, se é um festival de teatro amador, evidente que seus participantes não são profissionais. Difícil de entender isso?

Outra coisa que arrebenta os olhos de quem lê é essa tal necessidade de registrar a profissão e por conta disso recolher taxas ao tal sindicato. Não sei se ainda estou familiarizado com os termos sindicais, mas no meu tempo isso se chamava peleguismo puro. Um sindicato que impede a manifestação cultural pois quem exercita tal manifestação deveria recolher ao tal sindicato algumas taxas, que segundo informações sempre são provisórias. Seria o mesmo caso de na época em que atuei como dirigente sindical nosso sindicato impedisse que um trabalhador fosse admitido em qualquer fábrica se o mesmo não pagasse uma taxa para o sindicato. Simplesmente absurda a situação. Dirão os ferrenhos adversários do sindicato: mas isso existe na tal Contribuição Sindical. É verdade, como é verdade também que sempre fomos contra ela e por muitos anos a devolvemos ao trabalhador.

A terceira e talvez a pior das situações é o fato de que - aparentemente - o Ministério do Trabalho é conivente com isso. Por que aparentemente? Porque todo o procedimento exigido pelo tal sindicato é para que os artistas tenham o registro no Ministério do Trabalho, popularmente chamado por eles como o DRT. Conivência, pois o tal DRT só é expedido pelo ministério após a autorização e anuência do sindicato.

Inadmissível essa conivência no momento vivido pelo Brasil. Impraticável tal atitude.

Um desastre vergonhoso no atual momento que vivemos em nosso país. Impraticável, inaceitável, vergonhoso. São adjetivos brandos para essa atitude.

Sei que meu blog não tem uma penetração muito grande, mas estou aqui não só me solidarizando com os artistas da ATS, com também pedindo a todas e todos que militam no meio sindical e político que tomemos atitudes contra essa arbitrariedade. Não dá mais para vivermos com esse tipo de peleguismo no Brasil do presidente Lula. Não dá para aceitarmos uma conivência tão grande de um ministério que deveria defender os interesses de todos os trabalhadores e não de pelegos como esses.

Querido Hamilton, deputado estadual, querido Arlindo Chinaglia, deputado federal, companheiras e companheiros da CUT: algo precisa ser feito para mudar essa situação. Daqui estou a disposição para qualquer atitude e/ou procedimento necessários para isso. Espero que todos tenham a mesma disposição.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Poesia de Aluna do CEMUS VI

Do blog do CEMUS VI

Cidade Querida

Minha cidade é feliz
Todo mundo sempre me diz
Este lugar é bom de se morar
Árvores com muitos pássaros
Para cantar e acalmar

Os lagos refletem a luz do sol
Junto deles as borboletas
Laranjas, rosas e violetas
Uma grande aquarela
Viva minha cidade bela

Vivo feliz na minha cidade querida
Vejo todos alegres nessa vida
Me encanto com tanta beleza
Todos tem uma grande pureza
E aqui não tem lugar para a braveza

No pôr do sol sinto o brilho se apagar
E logo a noite chega e as estrelas estão a brilhar
E a lua acende sua luz
Da minha janela eu vejo o brilho que conduz.

Aluna: Leticia Xavier de Sousa
Série: 2º Ano C II
Profª. Patricia

DO BLOGUEIRO> Para quem não sabe CEMUS VI é uma das escolas municipais aqui de Salto. E o 2o Ano C II corresponde a alunos com 10 anos de idade. Por isso que tudo vale a pena na educação.

Vídeo - Chuchu Tucano Sem Palavras

O vídeo que você pode ver aqui mostra a falta de argumentos do então candidato a presidência da republica pelos tucanos em 2006, recém afastado do governo do estado de SP, diante da chacina provocada em todo o estado pelo PCC a partir dos comandos existentes nas penitenciárias do estado.

Vale a pena assistir!

Artigo Denúncia e Esclarecimentos

Do Viomundo



por Hildegard Angel, em seu blog

Uma passeata, para ser eficiente, tem que ser legítima

EM BOA hora, os humoristas saíram em passeata na Praia de Copacabana para protestar contra a impossibilidade de se fazer piadas políticas em época de eleição. A política, como sabemos, é o filé mignon do humor de qualidade…

MAS ESSE protesto oportuno se descaracteriza e fica comprometido quando dá a entender que a censura se deve ao governo. Não é verdade…

A LEI das Eleições, 9.504, data de 1997 e, na minirreforma, ganhou penduricalhos que a “turbinaram”, com substitutivos e emendas no que diz respeito ao humor, cujos autores têm nome: são os deputados, do PCdoB, Flavio Dino, candidato a governador do Maranhão, e Manuela D’Ávila…

PARA ESSA minirreforma ser aprovada no Plenário da Câmara, os deputados votaram. O TSE apenas cumpre o que está escrito…

ENTÃO, NÃO É Lula, não é Dilma, não é o ministro Lewandowski nem é o Franklin Martins (conforme menção leviana de um dos humoristas desfilantes). São os nossos congressistas!…

E ISSO os humoristas da passeata não disseram, não dizem, muito pelo contrário, querem deixar no ar a ideia de que o governo brasileiro cerceia a atividade do humor…

ESSA ATITUDE dúbia, manipuladora, só tira a legitimidade de uma causa que é boa, reduzindo-a a mero instrumento de campanha da oposição…

SE NO Brasil de hoje houvesse censura ao humor, nós não teríamos visto, como vimos, no CQC da última segunda-feira, um humorista dizer que o Eike Batista “faturou” a dona Marisa Lula da Silva, nem o humorista ao lado acrescentar que “dona Marisa vai fazer uma coleira com o nome Eike escrito”… ELES SE referiam à atitude descontraída, perfeitamente natural, de ambos, durante um leilão beneficente que o programa acabara de exibir…

FOSSE UMA ditadura com censura, como a que já tivemos, na mesma hora os estúdios da Band seriam invadidos por um batalhão militar, Marcelo Tas e seus humoristas seriam presos, colocados no pau de arara, teriam a pele esfolada, a unha arrancada, o olho furado e, se dessem sorte, seriam devolvidos depois pra casa com uma coleira de pregos no pescoço…

MAS O mais provável é que virassem “comida pra peixe”, como se fazia na época. E eu não estou fantasiando. Vi e vivi este filme nos anos 70 no Brasil…

POR ISSO, senhores humoristas, façam seus protestos, sim, mas com legitimidade, pra não serem rotulados de humoristas “festivos”, como se usava dizer naquela época negra…

OUTRA COISA que está muito na moda dizer, na linha dessa “campanha do medo”, é que há censura em nossa imprensa…

NUNCA ANTES neste país se espinafrou tanto (pra não usar outra palavra) um presidente, sua família, seus ministros e aliados como nesta era Lula. E com total liberdade…

JAMAIS OUVI, por exemplo, em época anterior, num programa de TV, um comentário tão constrangedor como esse do CQC em relação a uma primeira-dama. E não me venham aqui criticá-la, porque ela se dá ao respeito, sim!…

NOS ANOS FHC, jamais a imprensa tocou no assunto do filho criança do presidente com uma jornalista, morando ambos num conveniente endereço bem longe, em Barcelona, na Espanha…

ESSE SILÊNCIO da imprensa não era apenas uma delicadeza com a primeira-dama. Era também o receio de possíveis retaliações comerciais, judiciais, Lei dos Danos Morais etc e tal. Medo que, curiosamente, este atual governo não inspira a jornalista algum. Agora, me digam: onde está a tão proclamada “censura”?…

*****
A respeito desta coluna, a deputada Manuela D’Ávila esclareceu em seu blog pessoal que a emenda que patrocinou se referia apenas ao uso de trucagens em sites de candidatos, para não permitir manipulação da imagem de Dilma, Serra ou Marina por adversários políticos:

Em defesa da liberdade de expressão

A respeito da matéria publicada no site Congresso em Foco no dia 11/08/2010 gostaria de registrar alguns pontos:

1 – Tenho uma atuação marcada pela defesa da liberdade de expressão e pela defesa da liberdade na internet. Fui uma das deputadas mais atuantes na luta contra o AI-5 Digital e em defesa da liberdade plena dos usuários da internet, sendo uma das autoras da lei que LIBERA O USO DA INTERNET NAS ELEIÇÕES.

2 – Minha emenda associada à matéria se refere EXCLUSIVAMENTE AOS SITES DE CANDIDATOS, jamais legislei ou inspirei nenhuma legislação sobre TV, principalmente sobre CENSURA.

3 – Após receber diversos e-mails e mensagens pelas redes sociais que uso e defendo, percebi que há um profundo equívoco de interpretação por parte de diversos leitores da matéria, por isso reitero;
SOU CONTRA QUALQUER TIPO DE CENSURA, INCLUSIVE A CENSURA DO HUMOR NA TV, e minha emenda garante a liberdade dos internautas.

Deputada Manuela d’Ávila (PCdoB/RS)

Quem Lucra com o Vazamento

Do Luis Nassif


Por Jorge Furtado

Quem ganha com isso?

Quem se beneficiou com o "escândalo dos aloprados" em 2006, uma suposta tentativa de compra de um suposto dossiê – que nunca ninguém viu – supostamente contra José Serra? 

Quem supostamente se beneficia com o suposto vazamento do sigilo fiscal de dirigentes tucanos?

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Trecho de duas notícias publicadas no Globo de hoje dão a pista.

Notícia 1:

Queda de Serra até em SP preocupa tucanos

Pesquisa do Datafolha mostra que Dilma cresceu mais e abriu vantagem de 20 pontos sobre o adversário

O resultado da pesquisa Datafolha, divulgado ontem pela "Folha de S.Paulo" e que mostra que a petista Dilma Rousseff abriu vantagem de 20 pontos sobre o tucano José Serra, provocou um clima de desânimo na oposição. De forma reservada, a avaliação no PSDB é que, com este cenário, dificilmente haverá segundo turno.

Para tucanos, o maior pesadelo foi concretizado: Dilma ultrapassou Serra até mesmo em São Paulo, onde ele era governador até março. O sentimento generalizado no ninho tucano era de surpresa e perplexidade. E também de que, agora, só mesmo uma reviravolta na campanha poderia mudar este quadro. A pesquisa, realizada nos dias 23 e 24, mostra Dilma com 49% das intenções de voto, contra 29% de Serra e 9% da candidata do PV, Marina Silva. Segundo a pesquisa, a dianteira de Dilma se consolidou em todas as regiões do país e também em todas as faixas de renda, inclusive entre os que ganham mais de dez salários mínimos: entre esses eleitores, em pouco mais de 15 dias, Dilma passou de 28% para 40%, enquanto Serra caiu de 44% para 34%.

Numa última tentativa, a ordem, ainda que não consensual na campanha tucana, foi de jogar todas as fichas no episódio da violação do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e de outras três pessoas ligadas ao partido.

Notícia 2:

Vazamento de dados fiscais ‘beneficia candidata’

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, cobrou ontem de sua adversária petista, Dilma Rousseff, explicações sobre o vazamento de dados fiscais de pessoas ligadas a ele e voltou a chamar o episódio de "crime contra a Constituição".

Dilma negou o envolvimento de sua campanha e atribuiu os ataques de Serra ao "desespero".

O tucano lembrou ter sido alvo do chamado dossiê dos aloprados, na eleição de 2006, quando petistas foram flagrados com R$ 1,7 milhão para comprar documentos contra o PSDB. E disse que, novamente, querem prejudicá-lo eleitoralmente:

— Esse é um crime contra a Constituição e com finalidade claramente eleitoral. A candidatura e a candidata se beneficiam dele. A Dilma Rousseff tem que dar explicações ao Brasil sobre quem são os responsáveis pelo crime, pois o país precisa se defender disso — afirmou em São Paulo.
(...)

No programa de Serra, no horário eleitoral de ontem à noite, um locutor fez referência à quebra do sigilo dos tucanos e comparou o fato ao escândalo dos aloprados, em 2006.

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Repito a pergunta: quem lucrou eleitoralmente com o “escândalo dos aloprados” em 2006? Quem lucra com esse?

DO BLOGUEIRO> Para quem não acompanha muito política, foi graças a todo o "escandalo dos aloprados" em 2006, que tivemos o segundo turno, de uma eleição que Lula ganharia folgadamente. Tanto que o candidato tucano teve menos votos no segundo turno que no primeiro. Portanto, a resposta à pergunta é muito óbvia. Até porque, para simplificar o debate: por que alguém que está disparado nas pesquisas provocaria uma confusão destas? Sempre tentam repetir a história.....

Trololó do Vazamento

Do Tijolaço

Esta mal contada história de violação do sigilo fiscal de alguns contribuintes, entre eles alguns tucanos de alta plumagem, parece se encaminhar para o que ela realmente é em termos políticos: nada.

A investigação da corregedoria da Receita Federal aponta para um esquema de compra e venda de informações, sem nenhum envolvimento do governo ou partidário, com pagamento de propinas pelo acesso à renda de alguns endinheirados.

Tudo indica que se trata de crime comum, e a Receita vai representar contra duas servidoras da delegacia de Mauá, na região metropolitana de São Paulo, por indícios de envolvimento no esquema de compra e venda de informações por alguém de fora da Receita, talvez interessado em fazer extorsão.

Com base nas investigações, o secretário e o corregedor-geral da Receita descartam qualquer motivação política na quebra de sigilos fiscais, que envolveu 140 pessoas, entre elas a apresentadora Ana Maria Braga e os donos das Casas Bahia.

Serra vai continuar explorando o assunto com o seu trololó habitual, fundamentando suas acusações de envolvimento da campanha de Dilma no episódio em fontes “idôneas”, como a Folha de S.Paulo, segundo afirmou hoje em discurso para empresários.

O curioso é que, quando Serra foi candidato em 2002 e surgiu a história de que Ricardo Sérgio de Oliveira,coletor de fundos para campanhas do PSDB e um dos que agora tiveram seu sigilo violado, teria  cobrado propina do empresário Benjamin Steinbruch, por ocasião da privatização da Vale do Rio Doce, Serra disse – olhem como é novo isso – “trololó e tititi” e disse que não se podia fazer acusações políticas, sem provas.

Quem tiver dúvidas, procure ler o que a insuspeita Veja publicou naquela ocasião, aqui e aqui.

Dilma Ganha Também em SP

Brasília Confidencial No 323

A presidenciável Dilma Rousseff abriu diferença de 20 pontos sobre o tucano José Serra, aponta pesquisa  realizada pelo instituto Datafolha, segunda e terçafeira, junto a quase 11.000 eleitores. Dilma cresceu e  obteve 49% das intenções de voto; Serra caiu para 29%. Considerados apenas os índices correspondentes  aos votos válidos, a petista obteve 55%.
 
Segundo o Datafolha, Dilma cresceu nos estados do Sul, em São Paulo e entre o eleitorado de renda mais  alta. Em São Paulo, ela ultrapassou Serra inclusive na capital. Em outro estado governado pelo PSDB, o Rio Grande do Sul, a petista passou a ter vantagem de 4 pontos sobre Serra (43% a 39%).
 
Agora, Dilma lidera em todas as regiões. 

Ainda de acordo com o Datafolha, o apoio popular ao presidente  Lula alcançou o maior nível já identificado pelo instituto: 79% aprovam Lula. Dilma e Lula participaram ontem do 10º comício da campanha, em  Salvador (BA).


Quando Quer STF é Rápido

Do Luis Nassif


Por Gilberto Cruvinel

Nassif, boa noite,

Vi agora no twitter, supensa pelo STF a lei que proibe piadas com polítocos durante a campanha.

Do iG
Ministro do STF autoriza piadas sobre políticos na TV e rádio

Ayres Britto derrubou artigo da Lei Eleitoral que impedia paródias e engessava humoristas; Matéria será discutida no plenário

Severino Motta, iG Brasília | 26/08/2010 22:24

O ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu parte da Lei eleitoral e permitiu que humoristas façam sátiras e piadas com políticos. A decisão foi tomada numa Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Caberá ao plenário da Corte, possivelmente na semana que vem, analisar a questão e manter ou derrubar a decisão de Britto.

Segundo o ministro, piadas, trucagens ou montagens que degradem ou ridicularizem os candidatos fazem parte da liberdade de expressão. Ele destacou, contudo, que o trecho da legislação que impede veiculações de quadros que "venham a descambar para a propaganda política, passando, nitidamente, a favorecer uma das partes na disputa eleitoral, de modo a desequilibrar o princípio da paridade de armas" continua valendo.

Mas, mesmo nestes casos, não pode haver censura prévia, sendo necessário que os políticos que se sentirem prejudicados recorram a Justiça para a análise de cada caso específico.

A proibição de humor no rádio e na televisão foi motivo de um protesto de humoristas, que reuniu cerca de 500 pessoas no último domingo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Com a decisão de Britto, programas como o Casseta & Planeta, da TV Globo, O Pânico na TV, da Rede TV e o CQC da Band ficam autorizados a produzir quadros com os políticos. Uma nova proibição só acontecerá se, ao levar o assunto para o plenário, a maioria dos ministros do STF entenderem que a lei derrubada por Britto deve voltar a valer.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/789626-ministro-do-stf-suspende-regra-que-proibe-piadas-com-politicos.shtml


DO BLOGUEIRO> Já postamos aqui opinião de que essa lei não deveria ter sido sequer aprovada. Entretanto, enquanto serviu para os que sempre mandaram no país, ninguém se preocupou. Só aqueles que jamais são ouvidos. Agora, que pode ser uma arma para aqueles que despencam nas pesquisas, rapidamente um pequeno protesto de "artistas globais" provoca uma ação no STF que em menos de dez dias concede autorização para não considerar parte da tal lei. Pois é. Depois dizem que a balança da justiça não pode pesar mais para um lado...
 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Debate - Confusão Verde

Rede Brasil Atual    -    O título é do blogueiro.


Rio de Janeiro – Há no PV quem acredite firmemente na possibilidade de Marina Silva ultrapassar o tucano José Serra e provocar um segundo turno contra a petista Dilma Rousseff nas eleições presidenciais. Essa ala otimista do partido ganhou uma injeção extra de ânimo nesta quinta-feira (26), quando um dos maiores ícones vivos da esquerda e do pensamento libertário mundial, o francês Daniel Cohn-Bendit, esteve no Rio de Janeiro para manifestar seu apoio à Marina e também ao candidato do PV ao governo estadual, Fernando Gabeira. A aliança da legenda com o DEM foi, no entanto, motivo de questionamento e ironia por parte do visitante.

No momento mais descontraído da palestra, Cohn-Bendit respondeu a um simpatizante do PV que questionou sobre a avaliação do francês a respeito da aliança feita por Gabeira com o DEM do ex-prefeito Cesar Maia. “Eu defendo o meio ambiente, mas o PV se aliou ao que tem de pior neste país e a quem não tem nada a ver com o processo democrático e a luta ecológica", atacou. "Eu os chamo de demônios. Em que medida essa companhia demoníaca pode prejudicar a imagem do PV?”, indagou o militante, para riso de muitos e constrangimento de alguns.
 
Em sua resposta, o francês também foi bem-humorado. “Preciso confessar uma coisa: se você tentar explicar a política brasileira na Europa, vai se dar mal. Se observarmos todos os partidos que compõem a coligação de Dilma (Rousseff) ou a coligação de (José) Serra, também não dá para entender muita coisa", constatou. Para ele, trata-se de uma certa "irracionalidade" do sistema eleitoral brasileiro.
"Não me cabe julgar se a coligação aqui no Rio é boa, apesar de eu saber que Alfredo (Sirkis) era contra e Fernando (Gabeira) a favor. Para mim, seria um problema se esse apoio significasse o abandono do programa ecológico do PV. Não interessa de onde as pessoas vieram, mas sim aonde elas querem nos acompanhar", concluiu.

Conhecido quando jovem como Dani le Rouge (Dani, o Vermelho), Cohn-Bendit foi o principal líder estudantil do histórico movimento protagonizado pelos jovens franceses em maio de 1968. Considerado pela agência de inteligências dos Estados Unidos (CIA) como um dos maiores “inimigos do capitalismo”, devido a seu poder de comunicação com a massa, o francês continuou na vida política e se tornou um dos pioneiros da militância ecológica na Europa. Hoje deputado pelos Verdes da França, Cohn-Bendit é o líder da bancada verde no Parlamento Europeu.

Durante a palestra organizada pelo PV em um teatro do Leblon, o francês declarou seu apoio à Marina, falou de suas “decepções” com o governo Lula e disse que “Dilma e Serra são a mesma coisa”. Um dos criadores do slogan “É Proibido Proibir”, usado pelos estudantes em Maio de 1968, Cohn-Bendit falou também sobre liberdade de expressão, além de analisar o andamento das discussões sobre as mudanças climáticas e atuação de algumas correntes do movimento ambientalista na Europa.

"Seja na Europa, nos Estados Unidos ou no Brasil, nós temos todos exatamente o mesmo problema", propôs no debate. "A ideologia política tradicional, seja de direita ou de esquerda, é uma ideologia produtivista, que acredita que o bem-estar reside em ter cada vez mais coisas e cada vez mais rápido. Essa mentalidade nos levou a uma catástrofe econômica e ao atual estado de degradação climática, que toca muito mais aos pobres que aos ricos", criticou.

Para ele, a grande dificuldade política para os ecologistas seria saber como persuadir a sociedade de que a "mudança de paradigma" passa pela "transformação ecológica da economia”. Isso significa elimiar a oposição entre proteção ao meio ambiente e desenvolvimento econômico.

“O discurso que opõe a ecologia à economia é um discurso idiota, porque a ecologia é uma maneira de pensar e agir que transforma a economia. Não existe solução estrutural para a degradação climática sem que ocorra uma reforma profunda da estrutura da economia. Além disso, as transformações ecológicas podem criar milhões e milhões de empregos”, defendeu.

Mesma coisa

Dando sequência ao seu raciocínio, o agora Dani le Vert (Dani, o Verde), como foi apresentado pelo presidente regional do PV, Alfredo Sirkis, afirmou que a verdadeira luta política passa hoje pela transformação ecológica. Ele considera que o único debate real colocado atualmente é dado entre a social-democracia e a emergência dos verdes.

"A social-democracia tem muitas faces, pode ser Tony Blair na Inglaterra, pode ser Martine Aubry na França ou os social-democratas da Alemanha. É tudo mais ou menos a mesma coisa. E eu francamente acredito que Serra e Dilma são também a mesma coisa. Existem diferenças entre os dois, é claro, mas, fundamentalmente, em sua estrutura e modo de pensar a economia, são a mesma coisa. A verdadeira alternativa são as proposições da ecologia política, representadas nas eleições presidenciais do Brasil pela Marina”, disse.

Após declarar seu apoio à candidata do PV, Cohn-Bendit falou de suas “decepções” com a política externa do governo Lula. “O que me espanta na política de Lula não é ele querer que o Brasil assuma, ao lado da Turquia, a mediação com o Irã. Este é o papel de um chefe de Estado. O que me espanta na política de Lula são os sinais de cumplicidade que ele apresenta com (o presidente do Irã, Mahmoud) Ahmadinejad. É o pensamento simplista que diz que os inimigos dos meus inimigos são meus amigos. Isso acontece também em relação a (Hugo) Chávez e a (Fidel) Castro”.

Ainda na seara de críticas ao governo do PT, Cohn-Bendit acusou problemas relacionados à liberdade de expressão. “Fiquei chocado ao saber que Lula comparou os presos políticos de Cuba, que foram presos por suas opiniões políticas, a traficantes de drogas. A liberdade de expressão é a única maneira de fazer avançar o debate político, seja no Irã, em Cuba ou nos Estados Unidos. O mundo precisa se apoiar de um lado na transformação ecológica e de outro no respeito à liberdade e aos direitos humanos”, disse.

Clima

Daniel Cohn-Bendit defendeu ainda a mudança da posição do governo do Brasil em relação às discussões sobre o aquecimento global. “Copenhague foi uma catástrofe porque ainda hoje a consciência da responsabilidade coletiva não é um princípio que seja compartilhado por todos os governos”, disse. Ele referiu-se à mais recente reunião de cúpula da ONU sobre o clima, ocorrida ano passado na Dinamarca. "É preciso aceitarmos que estamos todos na mesma aventura”, defendeu.

“Quando países como o Brasil, ou mesmo a China, dizem à Europa, ao Japão e aos Estados Unidos que eles são os responsáveis pela situação atual de degradação climática, eles têm razão. É verdade que foi a ideologia capitalista produtivista dos países desenvolvidos que criou essa situação. Esse argumento foi usado por Lula em Copenhague. Mas – e é este o problema –, se nós estamos falando de responsabilidade coletiva e se os países que emergem economicamente como Brasil, Índia e, ainda mas fortemente, a China, trilham a mesma via seguida pelos países desenvolvidos há 30, 40 anos, toda a redução de CO2 dos países europeus e dos EUA não servirá de nada", criticou.

Ecossocialismo

O francês falou sobre a diversidade ideológica do movimento ecológico na Europa e fez um alerta: "Existem tendências no movimento ecológico que querem se livrar da democracia". Assim, ele criticou correntes que assumem uma postura de dizer que não há outra saída. "Apontar uma saída única foi o erro de (Karl) Marx, que possibilitou o surgimento do autoritarismo", avaliou.

"O grande desafio para o movimento ecológico é adotar políticas que impulsionem a democracia. Como realizar a transformação pela e com a democracia. Hoje em dia, o pensamento ecológico ainda é minoritário. Então, é preciso ver como avançar e influenciar sabendo que é preciso conquistar ainda mais espaço na sociedade”.

Cohn-Bendit também falou sobre a coligação de partidos verdes europeus que comanda no parlamento em Bruxelas e sobre o movimento ecossocialista, também muito forte no Velho Continente. A coligação "Europa Ecológica" foi formada há dois anos, exigindo a convivência entre "ecossocialista" e "ecoliberal".

"O problema é saber o que a gente consegue junto e porque é importante termos essa coligação. Se concordamos que é verdadeira a urgência em transformar a economia, é preciso que os ecossocialistas, ecoliberais e ecos-não-sei-o-que sejam capazes de definir objetivos comuns", conclamou. "Por mais que às vezes eu desconfie, temos objetivos comuns e acredito que possamos atuar juntos", prosseguiu.

Vídeo - MERCADANTE Põe os Pingos nos is.... em Todos!

Assista aqui o pronunciamento de Mercadante a respeito da calúnia levantada pelo candidato chuchu em seu programa eleitoral.

Os tucanos estão nervosos!!!

Em SP, Tucanos Preocupados

Rede Mercadante

Imprensa já se previne contra Mercadante:


Veja como começam as matérias:
Tucanos ligados à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) passaram a admitir, reservadamente, um possível crescimento do petista Aloizio Mercadante nas pesquisas, o que aumentaria a probabilidade de segundo turno na disputa pelo governo de São Paulo.
O link da matéria no site do Estadão: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100826/not_imp600520,0.php

Abaixo, uma foto da matéria da versão impressa do Jornal da Tarde:

Nessa onda, o PSDB já começou a atacar o Mercadante com mentiras em seu programa.

E o Estadão também está dando um jetinho de ajudar Alckmin em sua campanha.

Contra a onda de mentiras, conheça e divulgue o vídeo da biografia de Mercadante.

Qualificação para Construção da Belo Monte

Blog do Planalto

Tão logo deixou o Palácio do Planalto, onde participou de cerimônia de assinatura do decreto de concessão para construir a usina de Belo Monte, no rio Xingu, a prefeita de Altamira (PA), Odileida Maria de Souza Sampaio (PSDB), iniciou mobilização com setores da indústria e do governo do Pará para qualificação profissional dos moradores do município. O empenho tem razão de ser: a obra da hidrelétrica vai gerar 18 mil postos de trabalho diretos na região.

“Vamos correr contra o tempo. É importante que a Norte Energia contrate operários de Altamira e demais municípios da região”, contou Odileida ao reforçar discurso do presidente Lula neste mesmo sentido.

Outra questão que preocupava a prefeita era a transferência de quatro mil famílias que habitam igarapés no município. Do presidente da Norte Energia, Carlos Raimundo Nascimento, ela recebeu a informação que a população ribeirinha será transferida para uma localidade com moradias de qualidade a serem construídas pelo consórcio.

Odileida aposta também no aquecimento da economia local. A disputa por profissionais vai permitir o aumento da renda per capita na região. Na prática, a circulação de dinheiro alavancará a venda no comércio e demais setores, como por exemplo construção civil, aumentando também a procura por moradias.

Altamira é o maior município no mundo em extensão territorial. De acordo com o IBGE, a cidade ocupa 159.696 quilômetros quadrados e tem 58.750 habitantes.

Repúdio Geral

Brasília Confidencial No 322

A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, repudiou ontem a tática adotada nos programas de propaganda gratuita de TV pelo candidato das oposições, José Serra (PSDB), que consiste em não assumir a autoria das críticas à própria Dilma, ao PT e ao Governo Lula. 

“O meu adversário está fazendo uma coisa que não é correta, um movimento sistemático de, primeiro, fazer  a crítica e esconder que é ele quem está fazendo. O que é muito estranho. Era melhor ele assumir isso”.
 
Dilma acusou Serra também de "em todas as oportunidades”, utilizar “falsas afirmações, ou o medo ou a  criação de climas que, de toda forma, têm a mesma estratégia de 2002, que é colocar medo na população”.
 
A candidata observou ainda que Serra tenta desqualificar a campanha dela com críticas ao Governo Lula,  mas mostra a imagem do presidente no programa de TV.

Dilma voltou a desmentir as informações, difundidas por alguns veículos de mídia, de que fará um ajuste fiscal caso vença as eleições.
 
"Estão tentando pautar a minha campanha. Como falar em ajuste em um país que cresce 5%, gera emprego e tem 255 bilhões em reservas?", questionou.


Agora é 20!!!

Rede Brasil Atual


São Paulo - Pesquisa do Instituto de Pesquisas Datafolha encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo e divulgada na madrugada desta quinta-feira (26) mostra a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, com 49% das intenções de voto. São vinte pontos percentuais à frente de seu principal adversário, o candidato do PSDB, José Serra, que aparece em segundo lugar, com 29%.

Se a eleição fosse hoje, Dilma teria 55% dos votos válidos e venceria no primeiro turno. A candidata Marina Silva (PV), em terceiro, mantém 9%, enquanto os demais candidatos não atingiram 1% da preferência do eleitorado. Os eleitores que ainda não sabem em quem votar ou não responderam permanecem em 8%, e os votos brancos e nulos, em 4%.
 
É a segunda pesquisa Datafolha desde que começou a propaganda eleitoral no rádio e na TV. Dilma tinha 47% na sondagem do dia 20 e foi a 49%. Serra estava com 30% e agora apresenta 29%. Os que assumiram ter visto a programação pelo menos uma vez somam 34% dos entrevistados.
Ainda que os resultados indiquem desfecho em 3 de outubro para a disputa, caso houvesse um segundo turno, a petista teria 55% – dois pontos a mais do que no último levantamento. Serra aparece com 36%, três a menos do que antes. A diferença era de 14 pontos e, agora, alcança 19.

A taxa de rejeição do tucano oscilou para 29%, ante 27% da última semana, o maior percentual registrado nesta disputa pelo Datafolha. Não votariam em Dilma 19%, patamar semelhante ao apontado desde maio.

Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados nomes em uma lista de candidatos, 35% dos entrevistados declararam apoio a Dilma, e apenas 18% votariam em Serra. No levantamento anterior, os percentuais eram 31% e 17%, respectivamente.

A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais. Feito nos dias 23 e 24 com 10.948 entrevistas em todo o país, o levantamento também mostra que Dilma lidera as intenções de votos em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 25.473/2010.

Redutos

Os resultados computados pelo Datafolha mostra que a candidata governista cresce em redutos tradicionalmente tucanos. Em alguns desses locais, segundo a Folha de S.Paulo, o instituto ampliou a amostra para detalhar dados na disputa ao Senado. A alteração de metodologia ocorreu em sete estados, incluindo São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul. Esse fenômeno coincide com a mudança no cenário encontrado.

Em São Paulo, onde o PSDB governa há 16 anos e foi dirigido por Serra até abril, Dilma aparece com 41% das preferências do eleitor, contra 36% do oponente. Na última pesquisa do instituto, Dilma aparecia em segundo, com 34% (Serra tinha 41%). Na capital paulista, ela  41% e ele, 35%. No Rio Grande do Sul, a petista tinha 35% e foi a 43%. Já o tucano caiu de 43% para 39%.

Entre as capitais Serra se mantém ainda à frente em Curitiba (PR), onde obteve 40% contra 31% de sua adversária direta no levantamento do Datafolha. Mas a distância entre ambos está diminuindo. No começo deste mês, a vantagem do tucano era de 19 pontos (43% a 24%) e agora caiu para nove pontos.

Até mesmo as parciais por regiões do país indicam vitória de Dilma, inclusive na  região Sul. Na semana passada, os candidatos estavam tecnicamente empatados , mas numericamente ela aparecia atrás, com 38% contra 40% do tucano. A situação agora se inverteu: Dilma foi a 43%, contra 36% de Serra.

Com informações da Agência Brasil

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

De Novo Desmascarada

Do Tijolaço

Em artigo publicado hoje no Correio Braziliense, o presidente do Vox Populi, Marcos Coimbra, desmascarou a farsa do Datafolha, que sustentou até o final de julho uma vantagem de Serra sobre Dilma.

Como o jornal só dá acesso a assinantes, publico o link do Carta Maior, que reproduziu o texto.

Partindo da manchete da Folha de S.Paulo usada para explicar a vantagem de 17 pontos que Dilma abriu sobre Serra, Coimbra provou a impossibilidade dos números do Datafolha, que precisou se corrigir da armação e levou Dilma a conquistar um milhãos de votos por dia em menos de um mês.

Para explicar o milagre de Dilma ter saido da desvantagem de um ponto, em 23 de julho, para a vantagem de 17 pontos, em 21 de agosto, a Folha recorreu em sua manchete à expressão “Dilma dispara”, a única maneira de representar salto tão extraordinário em tempo tão curto.

Para Coimbra, não havia outra maneira de explicar como Dilma teria conquistado 24 milhões de eleitores no período, à taxa de quase um milhão ao dia, e que crescesse nove pontos em uma semana, entre 12 e 20 de agosto, apenas nela conquistando 12,5 milhões de novos eleitores.

Não havia nada que justificasse tamanha disparada, e a Folha recorreu ao “efeito televisão”, hipótese considerada fantasiosa pelo presidente do Vox Populi. “Três dias de propaganda eleitoral (nos quais a campanha Dilma teve dois programas e cinco inserções de 30 segundos em horário nobre), nunca teriam esse impacto, por tudo que conhecemos da história política brasileira”, garantiu Coimbra.

Para o presidente do Vox Populi, “é impossível explicar a disparada pela simples razão que ela não aconteceu. Dilma só deu saltos espetaculares para quem não tinha conseguido perceber que sua candidatura já havia crescido. Ela já estava bem na frente antes de começar a televisão.”

O Vox mostrou isso, o Sensus também. O Ibope resistiu, mas acabou cedendo. O Datafolha fez o papelão por mais tempo e agora está nu. Como observou Coimbra, o instituto folhista quis provar “que 12,5 milhões de pessoas decidiram votar em Dilma de supetão, ao vê-la alguns minutos na televisão”.

O Datafolha acha que engana alguém com seus métodos ortodoxos que já denunciamos aqui. O que se tentou foi uma fraude que se revelou insustentável, graças a outros institutos, sérios, e ao olhar atento e incansável da blogosfera.

Desemprego Cai, Renda Aumenta

Do Tijolaço

Não importa a metodologia que se use, o desemprego no Brasil está em queda expressiva. O IBGE divulgou mês passado que a taxa de desemprego média do primeiro semestre deste ano ficou em 7,3%, e agora o Dieese aponta uma queda no mês de julho para 12,4%.

Mesmo que não se possa comparar mês contra semestre, os números parecem distantes, e isso se deve a uma diferença de metodologia entre o Dieese e o IBGE.

Pelo Dieese, o desemprego em julho de 2009 era de 14,8% e caiu em julho de 2010 para 12,4%. Em relação ao mês anterior também houve queda de 0,3%. Com isso, 66 mil pessoas deixaram o desemprego em julho. Os três setores que mais criaram postos de trabalho foram a construção civil, indústria e serviços.

O Dieese leva em conta na sua Pesquisa de Emprego e Desemprego, as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo e o Distrito Federal. O desemprego caiu em todas as regiões pesquisadas, à exceção de Salvador, onde teve um ligeiro acréscimo de 0,2%. Na Grande São Paulo, a taxa de desemprego, de 12,6%, é a menor dos últimos 18 anos.

Enquanto o desemprego cai, a renda sobe. Segundo o Dieese, o rendimento médio real subiu 4,1% em Recife, chegando a R$ 862; 3% em Fortaleza (R$ 830); 1,7% em Belo Horizonte (R$ 1.364) e 0,9% em Porto Alegre (R$ 1.294). Em São Paulo, o rendimento ficou estável (R$ 1.320). Houve queda de 1,3% em Salvador (R$ 1.084) e de 0,6% no Distrito Federal (R$ 1,901).

O avanço do emprego em todas as regiões do país explica o otimismo da população em relação ao futuro e mostra porque tem muito oportunista tentando pegar carona em Lula na campanha: ele botou o Brasil para andar novamente.

Aumento de Recursos para Moradias

Brasília Confidencial No 321

O conselho curador do FGTS decidiu ontem aumentar em R$ 6 bilhões o orçamento deste ano, elevando-o para R$ 71,8 bilhões - o maior valor da história. Do dinheiro extra, R$ 3 bilhões vão financiar 75.000 moradias populares. Os outros R$ 3 bilhões restantes serão usados em obras de saneamento e transporte urbano.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que as melhorias em vias urbanas serão realizadas prioritariamente em regiões de baixa renda carentes de infraestrutura.

"Os recursos vão proporcionar melhoria nas condições de mobilidade, acessibilidade e salubridade da população de baixa renda, principalmente em áreas deficitárias, como as favelas".

IMPERDÍVEL!!!

Costumo dizer que alguém ainda terá que se debruçar na história de nosso presidente LULA e interpretar o fenômeno que é sua trajetória. Tenho certeza absoluta que, ao fazer isso, uma das grandes constatações será a preocupação do e com o coletivo. LULA não chegaria aonde chegou se não fosse a construção e o construtor de uma proposta coletiva.

Neste momento em que estamos prestes a ver o fim de seu segundo mandato com uma aprovação jamais vista no Brasil, ele consegue mais um avanço: descrever com palavras claras e compreensíveis o que era e o que é o Brasil hoje. E consegue, ao chegar no final de seu mandato, ampliar muito mais a ideia de coletivo, a ponto de ver a possibilidade de sua candidata ser eleita ainda no primeiro turno.

Podem existir sábios tão importantes quanto LULA, mas maior que ele em nosso país, tenho certeza que não.

Ontem, em Campo Grande - MS - em sua fala no comício da Dilma, ele mostrou tudo isso que estou aqui dizendo. Vale a pena ver. Clique aqui e vá até o blog do Tijolaço. Lá você terá um dos mais belos discursos já proferidos neste país. Um condensado da fala de Lula que mostra a força de um ideal, de um coletivo e de um líder. NÃO DEIXE DE ASSISTIR!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aprovação Automática em Xeque

Rede Brasil Atual


São Paulo - Na sala de reuniões de uma escola da rede pública estadual de São Paulo, a professora de Língua Portuguesa Paula* comemora a evolução de um aluno da sexta série do ensino fundamental. "Ele escreveu o nome na capa do trabalho", mostra a docente a três colegas e à reportagem da Rede Brasil Atual. Ele começou a ler e escrever apenas neste ano. Até o início de 2010, o garoto de 12 anos sequer abria o caderno, afirma Cristina*, responsável pela disciplina de Biologia. A professora conta que não é difícil detectar os alunos considerados "analfabetos funcionais". "Ou ele avisa ou, na primeira leitura, eu vou perceber", indica a docente.

O principal motivo para esse tipo de deficiência de aprendizado está, na visão dos docentes ouvidos pela reportagem, no sistema de progressão continuada, em que o aluno precisa apenas se fazer presente em sala de aula para ser aprovado automaticamente. No máximo, os alunos podem ser retidos na quarta série, por um ano, depois eles vão seguir, mesmo sem o conhecimento necessário. Os entrevistados ainda apontam problemas de infraestrutura, de salário e distanciamento das famílias.
 
"É comum 30% dos alunos da sexta série não saberem ler e escrever", detecta Paula*, professora de Língua Portuguesa há 21 anos no magistério. A aprovação ano após ano, sem avaliação do conteúdo dominado pelo aluno permite que muitos estudantes terminem o ensino médio sem terem o conhecimento mínimo necessário, alerta Tomé Ferraz, professor de física e matemática das redes municipal e estadual de São Paulo.
"É a aprovação a qualquer custo", identifica. "Em São Paulo, a educação são dados estatísticos, é porcentagem para lá, porcentagem para cá, mas não se analisa como o aluno está terminando o ensino médio. Depois ele vai ser só mais um diploma", analisa o professor.

Paula conta que utiliza, nos primeiros dias de aula nas sextas séries em que leciona, ditado e produção de textos como ferramentas. A percepção do problema não demora. "Geralmente tem criança que entrega em branco, não sabe fazer nada do ditado", aponta. "Se eles vão escrever, por exemplo, 'bala', eles colocam qualquer letra", descreve.

Apesar de lecionar Biologia, Cristina faz um esforço pessoal para trabalhar a alfabetização com os alunos cuja atuação esteja comprometida. "Se eu alfabetizei meu filho de quatro anos, eu vou conseguir com um garoto de 12", afirma. Ela cita que os alunos têm enorme dificuldade com sílabas complexas como "tra" e "pla". "Eles conhecem formações silábicas básicas somente", acentua.

Na hora de avaliar alunos de sexta série, sem condições de ler e escrever com fluência, Cristina utiliza métodos diferenciados do restante da classe. "Faço avaliação com prova oral e análise comportamental, afinal se ele não compreende o teor da prova não consegue responder. Uma avaliação escrita envolve habilidade de leitura e escrita", explica.

Sem compreender bem o conteúdo das disciplinas, o aluno de Cristina e Paula, que iniciou o ano sem estar alfabetizado, também se mostra desmotivado. Em uma única aula de biologia de 50 minutos, Cristina pediu atenção ao garoto pelo menos cinco vezes.

Sem coerência

Rosana Almeida, professora de sociologia da rede pública estadual, enfrenta problema semelhante com alunos do 1º ano do Ensino Médio. "Eles conseguem construir a palavra, mas não a frase", diz. "Nós professores temos de aceitar que se a ideia dele foi certa, ele vai ser aprovado", critica. "O jovem entendeu o que você explicou, mas não sabe escrever".
 
O motivo para haver uma parcela significativa de alunos que chegam ao ensino médio sem estar devidamente alfabetizados  envolve, de um lado, alunos com problemas de deficiência intelectual e, de outro, o "abandono" do sistema educacional, na visão da professora. "Você tem uma sala superlotada, a professora trabalha com quem sabe ler e escrever e quem não sabe vai ficando para trás", expõe Paula.

Entre os principais problemas dos alunos que chegam ao ensino médio, Rosana cita que "não existe mais gramática, nem conjugação de verbo". Quando a professora pede para os alunos produzirem um texto, surge resistência. "Chega na quinta (série) não sabe escrever e não consegue acompanhar, passa para a sexta, sétima e oitava. Na oitava, tem um índice de indisciplina altíssimo porque ele, de novo, não consegue acompanhar", sustenta.

Paula confirma que os alunos que têm essa dificuldade acabam fazendo mais bagunça. "São os mais indisciplinados. Por não saberem nem ler, nem escrever eles não entendem nada, não participam da aula; o que resta é ficar bagunçando", desabafa. "No ensino médio, os estudantes produzem jogos de palavras sem sentido, sem coerência e coesão. Isso tem bastante, até na universidade", completa.
Estudante Ensino Médio 
Estudantes chegam ao Ensino Médio com dificuldade de expressar ideias (Foto: Sxc.hu/Sanja Gjenero)
O motivo para haver uma parcela significativa de alunos que chegam ao ensino médio sem estar devidamente alfabetizados envolve, de um lado, alunos com problemas de deficiência intelectual e, de outro, o "abandono" do sistema educacional, na visão da professora. "Você tem uma sala superlotada, a professora trabalha com quem sabe ler e escrever e quem não sabe vai ficando para trás", expõe Paula.

Em matemática o problema se repete, jovens  dominam as contas básicas, mas não sabem porcentagem, por exemplo. "Elas têm a capacidade de raciocínio lógico, mas fazer a conta para chegar ao resultado, as crianças não sabem", pontua Rosana.

Problema adiado

De 30 alunos da rede municipal da capital paulista, Tomé calcula que só dois teriam condição de estar no Ensino Médio, levando em conta o conhecimento em matemática. "Em física então, os professores vão ter muito problema, no ensino médio", relata. Para o docente os alunos da rede pública de São Paulo que se formarem serão "alguns no turbilhão".

Eduardo*, professor universitário, mestrando e pesquisador da geração Y – jovens nascidos a partir de 1980 –, analisa que os estudantes são vítimas de um círculo vicioso fatal para a vida profissional futura. A dificuldade inicial em ler e escrever, transforma-se em dificuldade de compreensão, de reunir informações e de se expressar diante do mundo, conceitua.

"Se o aluno não compreende frases inteiras, como ele vai resolver questões de matemática?" questiona. "Eles até sabem que 3 x 5 é 15, mas se você colocar na prova quanto é o triplo de 5 mais o dobro de 20, ele não vai saber", exemplifica. "Se questões básicas não estão resolvidas, a estrutura fica afetada e o conhecimento que vem depois não se concretiza", alerta Eduardo.

Analfabetismo funcional
  • Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), analfabeto funcional é a pessoa que sabe escrever seu próprio nome, assim como ler e escrever frases simples, efetua cálculos básicos, mas é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas, dificultando seu desenvolvimento pessoal e profissional. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair o sentido das palavras, colocar ideias no papel por meio da escrita, nem fazer operações matemáticas mais elaboradas.
Progressão continuada ou aprovação automática?
  • A progressão continuada, adotada a partir de 1998 em São Paulo, é um procedimento utilizado pela escola que permite ao aluno avanços sucessivos e sem interrupções, nas séries, ciclos ou fases, de acordo com a Agência EducaBrasil.
  • Para especialistas, é uma metodologia pedagógica avançada por propor uma avaliação constante, contínua e cumulativa, além de basear-se na ideia de que reprovar o aluno sucessivamente não contribui para melhorar seu aprendizado.
  • Sua aplicação, porém, transformou-se em sinônimo de "aprovação automática" dos alunos, segundo muitos professores e analistas. 
  • Essa ideia leva em conta que a progressão foi adotada, no Brasil, sem se mudar as condições estruturais, pedagógicas, salariais e de formação dos professores.
* Os nomes de alguns professores foram trocados a pedido dos entrevistados

DO BLOGUEIRO> Enquanto isso, aqui em Salto crescem as suspeitas de que alunos estão sendo sumariamente expulsos de escolas públicas do estado por conta de "mau comportamento" ou outros preconceitos (inclusive econômicos). Estamos de olho.