Brasília Confidencial No 304
Mais de 62.000 denúncias de agressões praticadas contra mulheres foram registradas durante o primeiro semestre deste ano pela Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180. E outras 8.913 denúncias foram provocadas por ameaças, de acordo com relatório apresentado ontem pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República, que criou a Central há cinco anos.
Dos 62.301 relatos de violência recebidos pela Central, mais de 36.000 foram de violência física; 16.071 de violência psicológica; 7.597 de violência moral; 826 de violência patrimonial; e 1.280 de violência sexual. A Central também registrou 239 casos de cárcere privado.
Em mais de 72% dos casos atendidos pelo disque-denúncia, as mulheres disseram que vivem junto com o agressor. Quase 15% das vítimas afirmaram que a violência era exercida por ex-namorado ou ex-companheiro; e 57,9% estão casadas ou em união estável. Entre as casadas ou em união estável, 38% relataram que o tempo de vida conjugal é superior a 10 anos.
Pouco menos de 40% das mulheres que denunciaram violência se declararam agredidas desde o início da relação; e 57% afirmaram que sofrem violência diariamente.
Em 50,3% dos casos, as mulheres disseram correr risco de morte.
Os dados gerais do relatório levaram a secretária de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, a destacar a necessidade de que se preste atenção nas denúncias sobre ameaças sofridas pelas mulheres.
"Não se pode subestimar as ameaças e por isso nós consideramos ameaças como fator de risco. Os homens violentos, os agressores, eles não estão brincando, em geral, quando ameaçam suas mulheres. São crimes anunciados e que, portanto, não podem ser subestimados."
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os estados em que a Central de Atendimento à Mulher mais recebeu denúncias sobre ameaças.
Mais de 67% das mulheres que ligaram para o 180 têm idade entre 25 e 50 anos. E mais de 48% têm nível fundamental de escolaridade. De acordo com 73,4% das denúncias, os agressores também têm nível de escolaridade fundamental e idade entre 20 e 45 anos.
Caríssimo, em que pese toda a crítica que temos ao "4º poder", a imprensa é fundamental para que essas atrocidades vividas pelas mulheres de nosso país sejam conhecidas. O que vivemos hoje não é nenhum pouco diferente do que nossas mães, avós e bisavós viveram - somente penso que hoje isto é mais divulgado...
ResponderExcluirPrecisamos todos, homens e mulheres, não nos conformarmos em ouvir e saber que nossas vizinhas, colegas de trabalho, parentes......sejam agredidas de todas as formas possíveis - precisamos sair de nossa "zona de conforto" e DENUNCIARMOS todo e qualquer tipo de agressão. Em briga de marido e mulher temos sim que meter a colher..........
Bjs
Ju